Max Verstappen tinha os 25 pontos da vitória na mão, em condições normais ganharia dez a Lewis Hamilton porque Sergio Pérez estava a defender da melhor forma o segundo posto, aumentaria a vantagem no Mundial para 14 pontos no final das seis provas iniciais. Depois, o pneu rebentou. Tudo acabou. Ficou fora dos pontos.
Lewis Hamilton tinha 18 pontos do segundo lugar na mão, em condições normais ganharia tudo isso a um Max Verstappen que já estava de fora, voltaria à liderança do Mundial com 14 pontos de avanço no final das seis provas iniciais. Depois, arriscou e fez uma curva em frente. Tudo acabou. Ficou fora dos pontos.
O Grande Prémio do Azerbaijão poderia ser um marco no Campeonato de 2021 mas acabou por ser quase uma prova “anulada” sem que os dois candidatos ao título conseguissem pontuar. Agora, no circuito Paul Ricard, em França, surgia a redenção. Para ambos. E tendo como ponto de partida um Red Bull de Verstappen que voltou a ser mais rápido, dois Mercedes de Hamilton e Bottas a tentar encurtar distâncias, outro Red Bull de Pérez a fechar os quatro melhores na qualificação. Depois, tudo seria decidido na estratégia de corrida. E a equipa que se consolida cada vez mais como a melhor nesta fase voltou a ganhar asas para fazer um brilharete.
Ato 1, o erro de Max Verstappen. Logo na saída, o holandês parece ter cedido à pressão, teve de fazer a curva por fora e perdeu o primeiro lugar para Lewis Hamilton, que andou depois com 1,5 segundos de avanço em relação ao grande rival no Mundial mas alertando a equipa da Mercedes para o desgaste mais rápido dos pneus que começava a registar, o que motivaria um acelerar da estratégia de troca de pneus (prevendo apenas uma).
Ato 2, a guerra das boxes. Apesar do grande trabalho da Mercedes, com uma paragem muito rápida de Lewis Hamilton, Max Verstappen conseguiu passar no limite à frente do britânico e recolocou a corrida como devia estar se não fosse aquele erro inicial. “Desculpa, Lewis”, ouviu-se na comunicação da equipa com o campeão mundial, que ainda tentou seguir o ritmo do holandês mas acabou por descolar de forma ligeira para os dois segundos de distância com o Red Bull a dar mais uma prova de ser nesta fase um carro melhor e mais fiável.
Ato 3, o efeito surpresa da Red Bull. Sem que ninguém estivesse à espera naquele momento, Max Verstappen passou pela segunda vez pelas boxes para colocar médios, Sergio Pérez ficou em pista com a estratégia de apenas uma paragem e deixou a Mercedes completamente encurralada: se levasse Hamilton e Bottas para uma segunda paragem arriscava-se a perder os dois primeiros lugares mas o ritmo mostrava que seria uma tarefa muito complicada segurar o ritmo do holandês até ao final. Com um terço de prova por fazer, ficava tudo em aberto, com a Red Bull a agradecer a Sergio Pérez ter facilitado a passagem em reta de Verstappen para sair lançado e ir pressionar os dois Mercedes mais depressa do que poderia acontecer com as posições invertidas.
A Mercedes apelou a Bottas para tentar resistir o possível mas o finlandês durou menos de cinco curvas quando Verstappen se aproximou do primeiro Mercedes que tinha pela frente, sendo que um erro cometido também a curvar foi mais um alento para Pérez poder ainda ambicionar com uma terceira posição. Seguia-se Hamilton, a cinco segundos de diferença, quando faltavam pouco menos de oito voltas. E a promessa concretizada de um final perfeito: já depois de Bottas ter arriscado sobretudo a volta mais rápida, com Pérez a saltar de vez para a terceira posição, Verstappen ultrapassou Hamilton na penúltima volta e quebrou a superioridade da Merdedes no circuito Paul Ricard, onde tinha dominado nas duas últimas corridas e hoje não teve argumentos.