Os principais sites do Sistema Nacional de Saúde têm passado à Google dados sobre os seus utilizadores para efeitos comerciais, avança o jornal Expresso, que o confirmou depois de experimentar algumas ferramentas de monitorização de tráfego. A Google recusa no entanto usar estes dados para segmentação de anúncios ou mesmo para criar perfis de publicidade.

Segundo o Expresso, as páginas SNS24.pt e SNS.gov.pt recolhem dados de tráfego, como faz a Google Analytics, para campanhas publicitárias através do serviço Doubleclick. Assim, quando está a agendar vacinas ou a solicitar medicamentos para o VIH, por exemplo, alguns dos seus dados de navegação estão a ser partilhados e nas utilizações seguintes vai receber publicidade relacionada com o que tem consultado.

Esta partilha de dados só cessa se o utilizador a impedir e não é exclusiva destes sites. As páginas online da Assembleia da República, SIRP, GNR e PSP, Ivaucher.pt e Autenticação.gov.pt também permitem exploração comercial de dados de navegação dos cidadãos.

Ao Expresso, os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS) garantiram que os dados servem apenas para tratamento estatístico e são anonimizados. “Não há partilha de dados pessoais com a Goo­gle ou com qualquer outra entidade externa”. Ainda assim, na sequência das perguntas do Expresso, decidiram “suspender a utilização da ferramenta Google Analytics”.

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Ao Observador, fonte oficial da Google esclareceu, porém, que “qualquer dado enviado por meio do Google Analytics ou Tag Manager pertence ao cliente”.

“A Google não processa, utiliza os dados ou os partilha com terceiros, exceto no que é necessário para oferecer o serviço (incluindo o combate à fraude ou abusos, ou a deteção de bugs no sistema), e está sujeito aos nossos termos de serviço e política de privacidade. A Google não usa os dados das contas de Google Analytics dos clientes para seus próprios fins de segmentação de anúncios, nem cria perfis de publicidade a partir de dados sensíveis para segmentar anúncios.”, assegura.

A mesma fonte assegurou mesmo ter “diretrizes rígidas que impedem os anunciantes de utilizar esses dados para segmentar anúncios”.

(Artigo atualizado às 15h07 de 25 de junho com informações da Google)