Os dinamarqueses não estão para brincadeiras. Com a Rep. Checa a pensar que ia começar o encontro 0-0, a verdade é que entrou praticamente a perder: logo aos 5′, na sequência de um pontapé de canto, Delaney apareceu sozinho na marca do penálti e cabeceou para o golo.

Sem surpresa, o jogo ficou mais aberto. Mais bola dos checos, sem os dinamarqueses pressionarem muito, mas era com dificuldade que a Rep. Checa defendia depois os espaços que a Dinamarca ia aproveitando. Foi através desses espaços e de um jogo mais direto que os dinamarqueses foram criando alguns lances interessantes: dois pelo jovem Damsgaard, que até fazia anos hoje, e outro de Delaney.

A envolvência do jogo checo não deu frutos, mas a pressão efetuada (a tal que foi impressionante contra os Países Baixos) e um erro de Kasper Schmeichel colocaram Holes na cara do guarda-redes do Leicester, que com uma boa “mancha” resolveu a situação.

A Dinamarca não estava para brincadeiras e voltou a marcar numa altura essencial. A acabar a primeira parte, Maehle cruzou de “trivela” com o pé direito do lado esquerdo e Dolberg finalizou ao segundo poste.

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A Rep. Checa acusou o golo no início da segunda parte… mas pela positiva. Os checos entraram com tudo, obrigando Kasper Schmeichel a duas defesas, uma das quais absolutamente fantástica. Logo de seguida apareceu o golo, o quinto neste Europeu de Patrik Schick.

A Dinamarca respirou fundo, voltou a ter alguma posse e, quando não tinha, continuava a tentar o contra ataque. Os checos só conseguiram criar perigo 20 minutos depois do golo, quando aos 70′ Schmeichel foi obrigado a um par de grandes defesas. Vaclik respondeu ao colega de posição, negando o 3-1 que mataria o jogo, mantendo a sua equipa na luta.

Até ao final o jogo foi ficando um pouco mais duro e caótico, com os checos a tentarem tudo por tudo para conseguir a bola perto da baliza de Schmeichel. A Dinamarca aguentou e vingou-se com mérito, visto que em 2004, em Portugal, na mesma fase da competição, foram os checos que venceram, por claros 3-0. Agora, continua o conto de fadas dos dinamarqueses. Continua o “jogar por Eriksen”.

O jogo a três toques

Para recordar

A Dinamarca marcou dois golos: um a começar o jogo e outro à beira do intervalo. Óbvio que todos os momentos são fantásticos para marcar golo, mas há momentos e momentos para quebrar a moral dos adversários. E a equipa conseguiu cavalgar esse momento e foi inteligente na forma como abordou o resto do jogo, principalmente na primeira parte. Tanto assim foi, que chegou ao 2-0. Muito à custa de jogadores como Delaney e Maehle, este último, juntamente com o agora lesionado Spinazzola, está a ser o destaque nos laterais esquerdos, a Dinamarca volta a uma meia-final pela primeira vezes em 29 anos.

Para esquecer

Este foi o último encontro em Baku, perante poucos espectadores, e continua a ser uma escolha no mínimo estranha, não só pela distância, mas também pelo “amor” que os locais mostram ao futebol. Os cerca de 1.000 dinamarqueses presentes fizeram uma festa incrível e valerem por muitos mais, mas sem dúvida que ficam mais as dúvidas do que as certezas, no que toca aos jogos de Baku.

Para valorizar

Os grandes jogadores costumam aparecer nos momentos mais importantes e tensos. E com a República Checa a entrar a toda a força no segundo tempo, tendo feito logo um golo, Kasper Schmeichel fez um punhado de boas intervenções que mantiveram a equipa no jogo. O guardião tem sido um dos jogadores dinamarqueses mais importantes dos últimos anos e mostrou porquê, dizendo presente a uma série de lances em que o golo, se não era certo, estava muito a jeito de acontecer.