Há quem o descreva já como “freedom day”, dia da liberdade: a partir da meia-noite desta segunda-feira, em Inglaterra, voltou a ser possível dançar numa discoteca. As imagens da madrugada mostram um cenário pré-pandémico: grupos de dezenas e centenas de pessoas a dançar juntas em espaços fechados, sem máscara e sem distanciamento. Pode vê-las clicando na fotografia no topo deste artigo.

As novas regras que aliviam as medidas de contenção para travar a pandemia entraram em vigor às 0h de esta segunda-feira em Inglaterra — e há várias alterações. Desde logo, o uso de máscara passa a ser voluntário em todas as circunstâncias, incluindo em lojas, hospitais e transportes públicos.

Como escreve a Sky News, o Governo britânico pede agora a quem reside em Inglaterra que use o seu “julgamento pessoal” para avaliar a necessidade de utilização de máscara. O Governo continua a recomendar que esta seja usada em espaços com um grande número de pessoas concentradas, como em autocarros, comboios e carruagens do metro, mas já não impõe essa utilização.

As regras não são as mesmas em outros países do Reino Unido: na Escócia e no País de Gales a utilização de máscara continua a ser obrigatória e na Irlanda do Norte também, embora este último país ainda não se tenha posicionado quanto a esta possível alteração de medidas.

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“Dia da Liberdade” ou uma nova tentativa da imunidade de grupo? O que muda esta segunda-feira em Inglaterra?

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Outra novidade é que todos os espaços que tiveram de permanecer encerrados até agora, como é o caso das discotecas, puderam reabrir sem limites de lotação. Os “eventos de massas”, como os festivais, também podem voltar a realizar-se e deixam de existir limites ao número de pessoas em casamentos ou funerais. Também as festas em casa, até aqui proibidas, podem voltar a acontecer.

Os pubs (bares), que já estavam abertos, podem funcionar já sem a imposição do serviço de mesa. Os clientes deixam de ter de estar sentados a consumir e podem voltar a movimentar-se pelo espaço interior, podendo ser servidos no balcão.

Também o “teletrabalho sempre que possível” fica sem efeito, tal como a regra de “mais de um metro” de distanciamento físico entre pessoas — para esta última foi criada uma exceção para situações muito específicas, como em zonas fronteiriças para pessoas que cheguem de países da “lista vermelha” e da “lista âmbar”, considerados de algum risco.

O limite para o número de visitas em lares também deixa de existir e os britânicos que viajaram até os países da “lista âmbar”, considerados de algum risco — Portugal faz parte da lista — deixam de ter de cumprir dez dias de isolamento no regresso.

O alívio nas medidas de restrição não é consensual, dado o aumento do número de contágios no Reino Unido — os especialistas preveem que os atuais números, que apontam para cerca de 50 mil novos contágios a cada dia, possam aumentar até às 200 mil novas infeções diárias ainda durante o verão.

A taxa de vacinação (68% dos adultos do Reino Unido já está totalmente vacinada) permite porém antecipar uma ocupação dos hospitais e unidades de cuidados intensivos e um número de mortes significativamente mais baixos do que durante anteriores picos de infeção.