Atualizado às 13h00 com comunicado do Ministério das Finanças.

O Produto Interno Bruto (PIB), em termos reais, teve um crescimento de 15,5% no trimestre de 2021 face ao mesmo período do ano passado. Este salto inédito é explicado “por um efeito base, uma vez que as restrições sobre a atividade económica em consequência da pandemia se fizeram sentir de forma mais intensa nos primeiros dois meses do segundo trimestre de 2020, conduzindo então a uma contração sem precedente da atividade económica”, diz o INE (Instituto Nacional de Estatísticas).

No segundo trimestre do ano passado, a economia registou a maior contração em termos homólogos de 16,4%. A economia estava a cair o primeiro trimestre de 2020 quando se fizeram sentir os primeiros efeitos da pandemia. Desde pelo menos 1996 que o crescimento homólogo do Produto não tinha atingido um valor tão expressivo.

Face ao primeiro trimestre deste ano, o produto cresceu 4,9% em volume, mais do que compensado a variação em cadeia negativa que tinha sido verificada nesse trimestre de 3,2%, na sequência do confinamento verificado no início do ano e da reabertura gradual a partir de março. No primeiro trimestre, a economia tinha recuado 5,3% face ao mesmo período do ano anterior.

Nesta estimativa rápida, o INE destaca o contributo positivo da procura interna para esta variação em cadeia positiva a partir de março e uma progressão menos negativa da procura externa, que traduz o crescimento das exportações, apesar deste efeito ter sido travado pelo aumento do preço dos produtos energéticos.

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Finanças destacam crescimento acima da média europeia e admitem superar meta de 4% para 2021

Em comunicado, o Ministério das Finanças destaca que as taxas de crescimento homólogo e em cadeia estão acima das médias da Zona Euro e da UE, o que sinaliza a retoma do processo de convergência interrompido durante a pandemia. “Após uma queda acima da média no primeiro trimestre (-3,2% em cadeia), devido ao confinamento provocado pela pandemia, Portugal apresenta, no segundo trimestre, à data de hoje, a taxa de crescimento mais elevada (4,9%) entre os países da UE, tais como Alemanha (1,5%), Espanha (2,8%), França (0,9%) ou Itália (2,7%).”

Para o Ministério liderado por João Leão, o crescimento de 4,9% anunciada face ao trimestre anterior mais do que compensa “a queda do PIB provocada pela pandemia no primeiro trimestre do ano”, permitindo à economia portuguesa atingir o nível mais alto desde o início da pandemia. Graças à “forte retoma económica em Portugal e a perspetiva de que com o avanço da vacinação e o controlo da situação pandémica”, o Ministério das Finanças admite que será “possível ultrapassarmos a estimativa de crescimento de 4% apresentada no Programa de Estabilidade. Economia portuguesa cresce muito acima da média da Zona Euro.

Já o primeiro-ministro, António Costa, considerou esta sexta-feira como “sinais de recuperação animadores” o crescimento de 4,9% do Produto Interno Bruto (PIB) português no segundo trimestre do ano face ao primeiro.

“Os sinais de recuperação são animadores. Há é que prosseguir e continuar a trabalhar”, afirmou o chefe do Governo, no final da cerimónia de apresentação do Empreendimento de Aproveitamento Hidráulico de Fins Múltiplos do Crato, nesta vila do distrito de Portalegre.

Questionado pelos jornalistas António Costa insistiu que são “um excelente sinal” da “resiliência da economia, com o conjunto de medidas que foram adotadas”. Esta combinação permitiu “sustentar o emprego”, defendeu, referindo-se aos “números que ontem [quinta-feira] saíram” e que demonstram que o país tem uma “taxa de emprego idêntica” à que tinha no início da pandemia de Covid-19.