Milhares de pessoas marcharam este sábado em várias cidades europeias contra os certificados de saúde Covid-19, que vão ser obrigatórios em França para se entrar em cafés, comboios e outros locais. Em Paris e outras cidades francesas é o quarto fim de semana consecutivo em manifestações e milhares de pessoas saíram às ruas.
As manifestações deste sábado acontecem dois dias depois de o Tribunal Constitucional francês ter aprovado a maioria das disposições de uma nova lei que alarga o conjunto de locais a cujo acesso está vedado a quem não apresente passes de saúde válidos.
A partir de segunda-feira, o passe será necessário em França para aceder a cafés, restaurantes, e, em alguns casos, hospitais. E para viagens de longa distância. A obrigatoriedade da apresentação do passe estava já em vigor para o acesso a locais culturais e recreativos, incluindo cinemas, salas de concertos e parques temáticos com capacidade para mais de 50 pessoas.
Uma multidão de manifestantes pacífica atravessou Paris acompanhada por polícia antimotim equipada a rigor, exibindo bandeiras em que se que liam frases ou “slogans” como: “As nossas liberdades estão a morrer” e “Vacina: Não toquem nos nossos filhos”.
Dezenas de manifestações foram organizados em outras cidades francesas, incluindo Marselha, Nice e Lille. Alguns manifestantes protestaram também contra o facto de o Governo francês ter tornado as vacinas Covid-19 obrigatórias para os trabalhadores do sector da saúde até 15 de Setembro. A generalidade dos protestos centrou-se na limitação ao movimento dos cidadãos imposta pela obrigatoriedade dos certificados e da vacinação.
Em Itália também se grita “Liberdade”
Também várias cidades italianas foram este sábado palco de protestos de cidadãos que estão contra a introdução de novas restrições no acesso a determinados espaços fechados, tais como a obrigatoriedade de mostrar um certificado verde digital (de vacinação).
Mais de mil pessoas concentraram-se na Piazza del Popolo, no centro de Roma, aos gritos de “Não ao certificado verde!” e “Liberdade”.
Milhares marcharam pelas ruas de Milão, alguns a usar estrelas de David como as que os judeus eram obrigados a usar na Alemanha Nazi, mas com os dizeres “Não vacinado”.
Cerca de 100 pessoas do movimento “No Vax” também se concentraram em Nápoles, em protesto contra a intenção de vacinar crianças. “Tirem as mãos das crianças” e “Vergonha! Vergonha!” foram algumas das palavras de ordem.
O certificado verde digital tornou-se obrigatório em Itália para entrar nos cinemas, nos museus e nos eventos desportivos em espaços fechados, bem como para comer no interior dos restaurantes.
Polónia dividida sobre as restrições. Mas houve protestos em Katowice
Milhares de pessoas marcharam contra as restrições na cidade de Katowice (sul do país), numa altura em que o governo discute se as pessoas não-vacinadas devem, agora, ser alvo de medidas adicionais.
Muitas levavam cartazes com dizeres como “Já chega da psicose-corona”, mas sem que se tenham registado incidentes de maior, de acordo com a Reuters.
Os polacos estão divididos nesta matéria. Várias sondagens indicam que entre 43 e 54% dos polacos apoiam restrições adicionais para os não vacinados. No entanto a percentagem varia de acordo com a intensidade das medidas propostas.
Um número crescente de países europeus começou a impor a apresentação do certificado de saúde Covid-19, cada um com regras ligeiramente diferentes. A Dinamarca foi pioneira nos certificados de vacina, que enfrentaram fraca resistência por parte da população dinamarquesa. Na Áustria, o passe é necessário para entrar em restaurantes, teatros, hotéis, instalações desportivas e cabeleireiros.
Em contrapartida, na Alemanha, os protestos em Berlim no passado fim de semana provocaram violentos confrontos com a polícia.