A ministra da Ação Social, Família e Promoção da Mulher angolana, Faustina Alves, manifestou esta segunda-feira preocupação com as gravidezes e casamentos na adolescência, que continuam a registar-se no país, sem, no entanto, avançar um quadro estatístico.

Segundo Faustina Alves, gravidezes precoces e casamentos na adolescência constituem preocupação do departamento ministerial que dirige, “sobretudo porque estes casamentos ocorrem nas comunidades” e em povos segundo as suas tradições “ou mesmo em certas zonas desconhecidas”. “E temos que procurar arranjar forma de fazer um inquérito, um estudo, tirarmos uma amostra para vermos como está, se acontecem mais no meio rural ou urbano”, afirmou.

A governante, que não apontou qualquer estatística, falou apenas em “denúncias e algumas constatações“, particularizando o processo de realojamento de famílias do bairro do Povoado, em Luanda, na sequência de um incêndio.

Aí verificamos muitas adolescentes grávidas e com bebés e foram as primeiras que nós protegemos, isso quer dizer que mesmo dentro da cidade temos já um elevado número de menores grávidas e/ou com dois ou três filhos”, explicou.

“Temos que procurar inverter essa situação, porque ela (a adolescente) está numa fase de crescimento e o outro problema mais grave é que ela não evolui e na maioria dos casos o pai não assiste e ela tem de ir à busca de sustento e não cresce”, sustentou.

Faustina Alves falava no final de um encontro de trabalho com o representante do Fundo das Nações Unidas para a População (UNFPA, na sigla inglesa) em Angola, Mady Biaye.

A necessidade da promoção do combate às desigualdades sociais, o aumento de locais de segurança para vítimas da violência baseada no género e o reforço do sistema de recolha e análise de dados estatísticos constituem “alguns dos desafios” daquele órgão ministerial angolano.

O Ministério da Ação Social, Família e Promoção da Mulher e o UNFPA desenvolvem em Angola trabalhos nos domínios da proteção e combate à violência doméstica, no domínio da saúde sexual e reprodutiva, da prevenção de mortes maternas infantis e neonatais, entre outros.

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