Pelo menos 70 pessoas morreram nas cheias que estão a devastar localidades do Norte da Turquia, junto ao mar Negro, avança a Reuters. As operações para tentar encontrar os desaparecidos ainda decorrem, pelo que o número de mortes poderá aumentar nas próximas horas.

A localidade de Bozkurt é uma das mais afetadas, com a Reuters a relatar estragos avultados, incluindo edifícios completamente destruídos, devido à chuva intensa. “Nunca aconteceu nada assim. Não há energia, os telemóveis não funcionam. Não há rede. Não conseguimos receber notícias de ninguém”, indicou Ilyas Kalabalik, um residente de 42 anos.

Ilyas Kalabalik conta que, durante a noite, não era percetível o impacto que a chuva intensa e as inundações estavam a ter na localidade. Só de manhã, com a chegada das equipas de resgate, é que foi possível compreender a dimensão da tragédia. “Não conseguimos perceber se o nível da água estava a subir ou não, se estava a inundar o edifício. (…) As nossas mulheres e filhos estavam em pânico. Assim que o sol nasceu de manhã, vimos agentes policiais. Retiraram-nos do edifício e transportaram-nos para uma estação de serviço”, explica, citado pela Reuters.

No distrito de Kastamonu, que inclui Bozkurt, o número de óbitos chegou, para já, aos 36. Sete outras pessoas morreram em Sinop e uma em Bartin, segundo a Direção-Geral de Desastres e Gestão de Emergências (AFAD, na sigla original). Num dos edifícios que desabou, estima-se que estejam soterradas 10 pessoas.

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A Turquia estava já a ser fustigada por outro desastre — os violentos incêndios na costa sul que lavram há semanas. Aliás, este sábado, um avião-cisterna russo que estava a ser usado para combater os incêndios na Turquia despenhou-se, provocando a morte dos oito tripulantes, confirmou o governo da Rússia. Antes do acidente, já oito pessoas tinham sido dadas como mortas na sequência dos fogos.

Turquia. Oito pessoas morrem em queda de avião russo durante combate a incêndio

Agora, na região Norte, a força das chuvas está a destruir pontes, casas, a fechar estradas e a deixar centenas de aldeias sem eletricidade. Em Bozkurt, que se localiza num vale junto ao qual corre o rio Ezine, há dezenas de desaparecidos. “Pelo menos 60, 70 pessoas que conheço ainda estão desaparecidas. Os meus vizinhos, os colegas, os meus familiares”, contou um residente, Emine Rencler.

Artigo atualizado dia 16 de agosto às 11h20 com o número de mortes e desaparecimentos