A circulação meridional do Atlântico (AMOC) é responsável por transportar água quente do Atlântico Sul para o Norte, e já se encontrava no nível mais fraco de há 1.600 anos. No entanto, poderá estar agora à beira do colapso, alerta estudo publicado recentemente pela Nature.
Circulação da água do Atlântico está a diminuir, alerta estudo
“Ao longo das décadas a circulação meridional do Atlântico têm vindo a enfraquecer gradualmente. No entanto, as estimativas do ponto de transição crítico mantêm-se incertas.” O estudo indica ser um sinal de alerta precoce, “geral e robusto” das futuras alterações críticas.
O alerta tem como base oito indicadores independentes, baseados na temperatura da superfície do mar e a salinidade da bacia do Oceano Atlântico.
Os resultados mostram que ao longo do século passado a “AMOC pode ter evoluído de condições consideradas estáveis para um ponto próximo à transição crítica”. E assim, volta a reforçar o impacto das alterações climáticas no planeta.
A complexidade da AMOC e a incerteza do impacto global no futuro torna impossível prever a data do colapso por enquanto, podendo acontecer em décadas ou séculos.
“Os sinais de deterioração já são visíveis, algo que foi completamente assustador e inesperado” afirmou Niklas Boers, do Instituto Postdam de Investigação do Impacto Climático, na Alemanha, ao jornal The Guardian. E garante que o que podemos fazer é “manter as emissões de CO2 o mais baixas possível, visto que a possibilidade de colapso aumenta a cada grama de CO2 libertado.”
Esta situação poderá implicar consequências negativas para todo o mundo, como o aumento das tempestades na Europa, a subida dos níveis da água do mar no leste da América do Norte e colocar ainda em mais risco a floresta amazónica e a manta de gelo na Antártica.