As escolas registaram uma taxa de positividade “muito baixa”, no ano letivo anterior, e são “um bom exemplo” de como lidar com a pandemia de Covid-19, apontou esta quarta-feira o secretário de Estado António Lacerda Sales.

Segundo o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, que falava aos jornalistas em Alcácer do Sal (Setúbal), os estabelecimentos escolares “têm sido um excelente exemplo” na resposta à pandemia provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, devido às medidas implementadas.

Se olharmos para o ano anterior, a taxa de positividade foi muito baixa, foi de 0,15, o que significa que estivemos muito atentos em termos de testagem”, afirmou. E, da parte das autoridades locais, também houve muita atenção “em termos de avaliação do risco”. “Portanto, eu acho que as escolas foram um bom exemplo e continuarão a ser um bom exemplo de como lidarmos com esta pandemia”, frisou.

Lacerda Sales, que esteve esta quarta-feira presente em Alcácer do Sal para assinalar o arranque de atividade da ambulância de Suporte Imediato de Vida (SIV) local do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), aludiu também às regras de segurança sanitária para as escolas, para o ano letivo que se avizinha.

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“Emitimos e publicámos um referencial de escolas que, como o nome diz, tem linhas orientadoras para as escolas” e que o Governo procurou “que fosse o mais possível ajustado ao do ano passado”, disse.

“Porquê? Porque toda a comunidade escolar já o tem muito integrado. É uma formação que é muito percetível e, portanto, só fizemos pequenos ajustamentos, em função daquilo que é também a evolução epidemiológica” e “o processo de vacinação”, explicou.

O novo referencial da Direção-Geral da Saúde (DGS) foi conhecido na terça-feira, trazendo poucas novidades: além das orientações para o isolamento profilático, que foram flexibilizadas possibilitando que os contactos de baixo risco ou com teste negativo regressem logo à escola, regras como a utilização de máscara, o distanciamento físico ou a realização de rastreios serão para manter.

“Nalgumas situações tentámos”, com “algumas medidas de flexibilização, poder em determinadas circunstâncias mitigar as medidas mais restritivas”, notou o governante, aludindo aos confinamentos e isolamentos profiláticos, em que o que se vai procurar fazer é, “dentro daquilo que é possível, mitigar que uma turma possa ir para casa”.

“Não é esse o objetivo. O objetivo é o de que se faça a identificação dos contactos de alto risco, que se possam isolar os contactos de alto risco”, mas, ao mesmo tempo, “que os contactos de baixo risco, se tudo estiver em conformidade”, se possam “manter na escola” e a turma possa “continuar a funcionar, porque o que queremos é promover o ensino presencial”, assinalou.

Questionado se poderá ser introduzida alguma distinção entre vacinados e não vacinados, Lacerda Sales disse que, para já, a metodologia técnica que tem vigorado vai manter-se.

O secretário de Estado foi ainda questionado se Portugal vai seguir o exemplo da região espanhola da Andaluzia, onde a vacinação ser alargada a crianças dos zero aos 11 anos: “Para já, obviamente que não. Esperamos sempre pelas decisões técnicas”, emitindo depois decisões políticas, afirmou.

Quanto ao facto de as pessoas recuperadas há mais três meses poderem passar a ser vacinadas contra a Covid-19, ao invés do anterior prazo de seis meses, o governante estimou que a medida, neste arranque, abranja “ligeiramente menos” de “300 mil pessoas”, em modalidade “casa aberta”.