As primeiras três carruagens elétricas compradas pela CP – Comboios de Portugal à espanhola Renfe já sem amianto começam na quinta-feira a fase de ensaios na Linha do Minho para posterior utilização comercial, disse esta quarta-feira fonte da empresa.
Contactada pela agência Lusa, a fonte da CP explicou que após a conclusão da fase de ensaios de linha, as três carruagens terão de ser certificadas pelo Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT), sendo que ainda não há previsão para o início das marchas comerciais (oferta de comboios de transporte de passageiros).
A fonte adiantou que são “as primeiras três carruagens da série ARCO compradas a Espanha, totalmente recuperadas, após a remoção de amianto, reparação e pintura”.
Em novembro de 2020, em comunicado, a CP informou ter concluído a operação de remoção do amianto nas 36 carruagens compradas à espanhola Renfe que precisavam daquele tipo de intervenção, antes do inicialmente previsto.
Na altura, a empresa adiantou que, das sete locomotivas necessárias para a futura operação da linha do Minho, entre o Porto e Valença, a recuperação de três ficaria concluída até ao final do primeiro trimestre de 2021.
Em setembro de 2020, a Renfe revelou que o contrato de venda de 51 carruagens à CP por 1,61 milhões de euros estipula que cabe à companhia portuguesa retirar o amianto que existe nalgumas delas, depois de o Jornal Económico ter avançado, com base numa notícia do diário La Voz de Galicia, que o conjunto de comboios usados “envolvem um risco acrescido devido ao facto de entre os seus materiais se contar o amianto”, tendo sido essa a razão que levou a Renfe a abandonar a operação daquelas composições entre a Galiza e o País Basco.
Em 25 de abril, a Infraestruturas de Portugal (IP) iniciou o serviço ferroviário de transporte de passageiros com comboios de tração elétrica no troço da Linha do Minho entre Viana do Castelo e Valença.
Num investimento superior a 19 milhões de euros, a intervenção compreendeu a eletrificação daquele troço da Linha do Minho com cerca 49 quilómetros, entre Viana do Castelo e a fronteira em Valença.
A eletrificação da Linha do Minho entre Nine, no distrito de Braga, e Valença, no distrito de Viana do Castelo, foi dividida em duas empreitadas.
Primeiro avançou no troço Nine – Viana do Castelo, concluído em julho de 2019, e depois na ligação Viana do Castelo a Valença.
Os investimentos na Linha do Minho foram realizados no âmbito do programa de modernização da rede ferroviária nacional Ferrovia2020, comparticipado por fundos da União Europeia, através do Compete 2020.
A modernização do troço entre Nine e Valença representou um investimento de 86,4 milhões de euros, 67,9 milhões de euros comparticipados pela União Europeia e 18,5 milhões de euros de financiamento nacional.
Com a concretização desta última empreitada, a Linha do Minho fica dotada com o sistema de tração elétrica em toda a sua extensão (134 quilómetros), entre a cidade do Porto e a fronteira com Espanha, em Valença.
Entre os benefícios da intervenção, a IP aponta “a redução do tempo de percurso em 15 minutos no trajeto entre Valença e Porto, em consequência da utilização de comboios de tração elétrica”.
Refere ainda “o aumento da competitividade do transporte de mercadorias, ao permitir a circulação de comboios de mercadorias com 750 metros, e o aumento do número de circulações, passando dos atuais 15 comboios de 300 metros por dia para 20 comboios de 750 metros”.