O ministro da Defesa, João Gomes Cravinho, condenou esta terça-feira o golpe de estado na Guiné-Conacri, mostrando-se preocupado pela proximidade do país ao Sahel e à Guiné-Bissau e esperando que o presidente Alpha Condé seja libertado “muito rapidamente”.
Gomes Cravinho falava aos jornalistas na Base Naval de Lisboa, situada em Almada, depois de ter presidido à cerimónia de entrega de diplomas aos 10 novos mergulhadores da Marinha, quando foi questionado sobre o golpe de estado na Guiné-Conacri, ocorrido no domingo.
“Naturalmente que condenamos, Portugal condena, Portugal acompanha a preocupação expressa pela CEDEAO [Comunidade Económica de Estados da África Ocidental]”, declarou.
O governante responsável pela Defesa disse ainda estar preocupado com a situação pela proximidade ao Sahel — região na qual estão empenhados militares portugueses em missões internacionais – e a proximidade à Guiné-Bissau”, país com quem Portugal tem “relações particularmente fortes”.
“Esperamos que seja possível, muito rapidamente, que o presidente Alpha Condé seja libertado e que haja um retorno à via democrática na Guiné-Conacri”, frisou.
Os golpistas capturaram o Presidente Alpha Condé e dissolveram as instituições de Estado do país no passado domingo. Foi instituído um recolher obrigatório noturno, e a Constituição do país e a Assembleia Nacional foram ambas dissolvidas.
O golpe de Estado foi já condenado pela Comunidade Económica de Estados da África Ocidental (CEDEAO), que exigiu também a “imediata” e “incondicional” libertação de Alpha Condé, e o mesmo fez a União Africana e também a França.
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, também já condenou “qualquer tomada de poder pela força das armas”.
A Guiné-Conacri, país da África Ocidental, é um dos mais pobres do mundo e enfrenta, nos últimos meses, uma crise política e económica, agravada pela pandemia de covid-19.