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Se Nuno Santos disse que é e está presente, Diogo Costa já é o futuro (a crónica do Sporting-FC Porto)

Este artigo tem mais de 2 anos

Num Clássico com muitos cartões, Nuno Santos mostrou que não é carta fora do baralho e Diogo Costa voltou a provar que é o futuro das balizas portuguesas. No fim, Sporting e FC Porto empataram.

O avançado dos leões e o guarda-redes dos dragões foram duas das grandes figuras do Clássico
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O avançado dos leões e o guarda-redes dos dragões foram duas das grandes figuras do Clássico

FILIPE AMORIM/OBSERVADOR

O avançado dos leões e o guarda-redes dos dragões foram duas das grandes figuras do Clássico

FILIPE AMORIM/OBSERVADOR

Os dérbis, os Clássicos e os jogos grandes no geral raramente têm um timing perfeito. Se aparecem numa fase de vitórias consecutivas, podem significar o final de um período positivo; se aparecem numa fase de maus resultados consecutivos, podem significar o prolongar de um período negativo; se são muito no início da temporada, podem significar um mau arranque; se são muito no fim da temporada, podem significar a conquista e a perda de títulos. Explicações teóricas, muitas vezes utilizadas por treinadores à procura de justificações, mas que acabam por ter a sua quota-parte de verdade. Uma quota-parte de verdade que deixava acreditar que dificilmente existiria pior timing para o confronto deste sábado entre Sporting e FC Porto.

Na jornada imediatamente a seguir aos compromissos das seleções nacionais, leões e dragões não tiveram sequer uma semana inteira de trabalho com todos os habituais titulares para preparar o Clássico. Se a isso acrescentarmos o facto de este ser o primeiro jogo do Campeonato depois do fecho da janela de transferências, a verdade é que os eventuais reforços ainda mal se cruzaram com todos os colegas de equipa. E se, por fim, recordarmos que a Liga dos Campeões arranca já na próxima semana, nem Rúben Amorim nem Sérgio Conceição poderão fazer poupanças internas a pensar nos compromissos europeus.

Ficha de jogo

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Sporting-FC Porto, 1-1

5.ª jornada da Primeira Liga

Estádio José Alvalade, em Lisboa

Árbitro: Nuno Almeida (AF Algarve)

Sporting: Adán, Luís Neto, Coates, Feddal (Matheus Reis, 70′), Pedro Porro (Bruno Tabata, 82′), João Palhinha, Matheus Nunes, Rúben Vinagre (Ricardo Esgaio, 70′), Nuno Santos, Paulinho, Jovane Cabral (Pablo Sarabia, 61′)

Suplentes: João Virgínia, Gonçalo Esteves, Tiago Ferreira, Daniel Bragança, Geny Catamo

Treinador: Rúben Amorim

FC Porto: Diogo Costa, João Mário (Toni Martínez, 65′), Mbemba, Pepe, Marcano (Wilson Manafá, 39′), Corona, Uribe, Bruno Costa (Sérgio Oliveira, 39′), Otávio (Grujic, 90+2′), Luis Díaz (Pepê, 90+2′), Taremi

Suplentes: Cláudio Ramos, Vitinha, Fábio Vieira, Francisco Conceição

Treinador: Sérgio Conceição

Golos: Nuno Santos (16′), Luis Díaz (71′)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Bruno Costa (2′), a Rúben Vinagre (3′), a Marcano (4′), a Paulinho (14′), a Luís Neto (38′), a Pedro Porro (43′), a Pepe (43′), a Jovane (51′), a Manafá (56′), a Toni Martínez (85′ e 87′), a Adán (90+2′); cartão vermelho por acumulação a Toni Martínez (87′)

Em resumo, Amorim não contava com Pedro Gonçalves, Gonçalo Inácio e Tiago Tomás, todos lesionados, tinha em João Palhinha um jogador que fez dois jogos inteiros pela Seleção Nacional e nem sequer convocava Manuel Ugarte, que chegou mais tarde do Uruguai. Do outro lado, Conceição só recebeu os colombianos Luis Díaz e Uribe e o mexicano Corona esta sexta-feira à noite, também tinha em Otávio um jogador que esteve na Seleção Nacional e a verdade é que, no onze inicial deste sábado, só Bruno Costa e Marcano permaneceram no Olival nas últimas semanas.

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Ainda assim, e condicionalismos à parte, era o primeiro Clássico da temporada. Já depois de o Benfica golear o Santa Clara nos Açores, Sporting e FC Porto tinham ambos 10 pontos, com três vitórias e um empate, e precisavam de vencer para não deixar fugir os encarnados na liderança isolada da Primeira Liga — sendo que, à hora do apito inicial em Alvalade, a equipa de Jorge Jesus tinha uns provisórios cinco pontos de vantagem. O historial, esse, dividia-se: se era verdade que os dragões não perdiam em casa dos leões há três jogos, também era verdade que os leões só perderam uma vez em casa com os dragões nos últimos 13 anos (em 2019/20).

De forma natural, Rúben Amorim apostava em Luís Neto para render o lesionado Gonçalo Inácio no trio defensivo e proporcionava o regresso de Pedro Porro à titularidade, com Ricardo Esgaio a começar no banco. Também no banco estava o reforço Pablo Sarabia, já que Nuno Santos e Jovane eram as opções iniciais, na ausência de Pote, para apoiar Paulinho. Já Sérgio Conceição mantinha a espinha dorsal da equipa que derrotou o Arouca na última jornada, com Otávio, Uribe, Bruno Costa, Luis Díaz e Taremi mas tirava Toni Martínez para lançar Corona — sendo que Sérgio Oliveira continuava a ser suplente. Marcano, mais uma vez, era a solução adaptada para a esquerda da defesa. A grande diferença entre os dois conjuntos, aliás, parecia fazer-se nas s0luções que estavam no banco: com vários lesionados, o Sporting tinha os muito jovens Gonçalo Esteves, Tiago Ferreira e Geny Catamo, enquanto que o FC Porto contava com Grujic, Sérgio Oliveira e Toni Martínez.

Perante pouco mais de 18 mil adeptos, naquele que era também o primeiro Clássico com os adeptos de regresso às bancadas, o primeiro protagonista foi Nuno Almeida. O árbitro da Associação de Futebol do Algarve decidiu começar a controlar a partida através dos cartões amarelos, admoestando Bruno Costa, Rúben Vinagre, Marcano e Paulinho no quarto de hora inicial. Dado o mote para o jogo, pelo menos no que toca à exigência disciplinar, depressa se percebeu que nenhuma das equipas queria recuar demasiado no terreno, já que tanto Sporting como FC Porto mantinham as linhas elevadas e a pressão intensa, e que os ânimos estavam naturalmente agitados e pouco pacientes.

Os leões demonstravam alguma dificuldade na hora de construir e sair a jogar, esbarrando muitas vezes na pressão alta do adversário, e Nuno Santos e Jovane demoraram vários minutos até conseguirem aparecer na partida. A equipa de Sérgio Conceição estava melhor na hora de explorar a profundidade e o espaço nas costas da defesa leonina mas falhavam normalmente no último passe e na definição, chegando ao final do primeiro quarto de hora com mais bola e mais presença no último terço mas sem oportunidades. Do outro lado, a verdade é que o Sporting só precisou de fazer o primeiro remate para abrir o marcador: na primeira jogada de envolvimento que o conjunto de Rúben Amorim desenhou, Matheus Nunes mudou o flanco e descobriu Pedro Porro na direita, com o ala espanhol a tirar um cruzamento que rasgou toda a defesa do FC Porto e encontrou um subtil desvio de Nuno Santos na cara de Diogo Costa (16′). O avançado português voltava a abrir o marcador contra os dragões, tal como já havia feito na época passada, e dava início a uma exibição muito positiva.

Logo depois do golo, o FC Porto reagiu com uma boa ocasião de Corona, que cabeceou por cima (18′), e um lance em que Nuno Almeida chegou a assinalar grande penalidade de Adán sobre Taremi mas acabou por voltar atrás por fora de jogo do iraniano (24′). Ambas as jogadas, na sua origem, tiveram algo em comum — um erro de Feddal, que ia sendo o elemento ‘menos’ do conjunto de Amorim e criava muitas suscetibilidades no lado esquerdo da defesa. Depois desse período em que os dragões procuraram reagir à desvantagem, o Sporting voltou a alongar-se no terreno e procurou explorar a profundidade e a velocidade, com Nuno Santos a ver Diogo Costa roubar-lhe duas vezes a oportunidade de bisar, primeiro depois de um passe de Jovane (31′) e também com um remate de fora de área na sequência de um erro de Mbemba (36′).

Ainda antes do intervalo, Sérgio Conceição decidiu fazer desde logo duas substituições e tirou Bruno Costa e Marcano, ambos com cartão amarelo, para lançar Sérgio Oliveira e Wilson Manafá. No final da primeira parte e sete cartões amarelos depois, o Sporting estava a vencer o FC Porto e parecia estar por cima da partida, demonstrando uma capacidade para chegar com perigo à baliza adversária que os dragões ainda não haviam alcançado, mas teria de manter o nível e o ritmo para suster a frescura de Oliveira e a criatividade de Corona, Díaz e Otávio no segundo tempo.

[Carregue nas imagens para ver alguns dos melhores momentos do Sporting-FC Porto:]

Na segunda parte, sem mais alterações ao intervalo, o jogo demorou a acelerar e arrastou-se durante os 15 minutos iniciais sem oportunidades e sem lances de perigo mas com muitas quezílias e discussões. Com Jovane e Manafá a verem também cartões amarelos, Pedro Porro acabou por ter nos pés o primeiro lance mais perigoso, ao bater um livre direto ligeiramente ao lado da baliza de Diogo Costa (58′). Por volta da hora de jogo, num momento que provocou a segunda explosão de alegria em Alvalade, Rúben Amorim tirou Jovane e lançou o reforço Sarabia, que se estreou com a camisola leonina.

Sérgio Conceição reagiu à manutenção da desvantagem com a entrada de Toni Martínez para o lugar de João Mário, com Corona a recuar para a direita da defesa e o avançado espanhol a colocar-se mais perto de Taremi, que permanecia demasiado discreto. Nesta fase, o jogo partiu e passou a disputar-se mais junto das duas balizas do que propriamente no meio-campo, com futebol mais direto e tentativas de exploração das costas e da profundidade na ausência de frescura para duelos mais físicos. O FC Porto atacava principalmente pela ala direita, com Corona e Otávio e os apoios de Martínez em espaços mais interiores, e o Sporting procurava a criatividade de Sarabia e o corredor central mas sem grande sucesso nem ligação entre setores.

Para fazer face aos estragos que os dragões iam fazendo na direita do ataque, Rúben Amorim tirou Feddal e Rúben Vinagre e colocou Matheus Reis e Ricardo Esgaio. Logo depois, porém, o FC Porto iria fazer o empate a partir do lado contrário: Corona abriu da direita para a esquerda e descobriu Luis Díaz, que abriu para o meio, deixou Porro pregado ao chão e atirou de fora de área sem dar qualquer hipótese a Adán (71′). O Sporting reagiu quase de imediato, com Paulinho a forçar Diogo Costa a mais uma defesa com um cabeceamento em balão (74′), mas era notório que os dragões estavam melhor na partida, tinham muito mais critério na definição e apoiaram-se na entrada de Toni Martínez para estimular o enorme momento de forma de Díaz.

Os leões conseguiram recuperar algum ascendente através da posse de bola e das variações rápidas de flanco e Pepe acabou por ser fulcral num lance em que Esgaio descobriu Sarabia na grande área e o espanhol tentou assistir Paulinho (83′). Com Porro completamente exausto, Rúben Amorim viu-se forçado a lançar Bruno Tabata para colocar Esgaio no corredor direito e recuar Nuno Santos para a ala esquerda e Toni Martínez, até ao fim, ainda viu dois cartões e acabou por ser expulso por acumulação de amarelos. Golos, porém, não apareceram mais.

Num jogo com 12 cartões amarelos e um vermelho, Sporting e FC Porto não foram além de um empate e ficaram ambos a quatro pontos do Benfica, com os encarnados a saírem enquanto grandes beneficiados do Clássico de Alvalade. Num jogo em que Luis Díaz voltou a provar que está num momento de forma assinalável apesar de ter estado também ao serviço da seleção da Colômbia, Nuno Santos e Diogo Costa dividiram o protagonismo: o primeiro disse que é e está presente e que não pode ser nem será uma carta fora do baralho com a entrada de Sarabia no plantel; o segundo mostrou novamente que já é o futuro da baliza dos dragões.

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