Foi quase como um relógio suíço mesmo estando em Itália. Na prova de contrarrelógio de Elites masculinas do Campeonato da Europa, João Almeida tinha apontado a uma posição no top 10 e cumpriu, terminando a distância na décima posição. Não era um traçado que lhe fosse recomendado pelas características, não era uma prova onde partisse como favorito estando entre nomes como Kung, Ganna, Evenepoel ou Cavagna mas alcançou o que colocara como objetivo, numa demonstração do bom momento que atravessa. Agora, com a prova de estrada a fechar estes Europeus, o corredor da Deceuninck Quick-Step que na próxima temporada se vai mudar para a UAE Team Emirates era apontado como uma das possíveis surpresas pelo pódio.
“O percurso é muito seletivo, dos mais bonitos e bem desenhados dos Campeonatos da Europa em que participei. O trajeto fora do circuito é muito difícil, com subidas acentuadas e descidas que também podem fazer a diferença, porque são estreitas, obrigando o pelotão a andar enfileirado, podendo partir-se a qualquer momento. A última descida, com 12 quilómetros, poderá fracionar o pelotão. Algumas seleções pretendem que a corrida entre já definida no circuito final. O circuito, sem qualquer ponto de recuperação, irá ajudar a selecionar ainda mais os potenciais candidatos à vitória”, analisou o selecionador José Poeira.
“A volta inicial, se for atacada ou ultrapassada com um passo alto, vai fazer grandes diferenças. O circuito final é sempre de sobre e desce, vai-se tornando duro com a passagem das voltas. Estou a sentir-me bem, espero amanhã [domingo] também estar com estas sensações. O objetivo é trabalhar em equipa e, no final, vermos quem está melhor para lutar pelo resultado. Vamos dar o nosso melhor”, garantiu João Almeida também em declarações à Federação Portuguesa de Ciclismo, numa ideia partilhada pelos restantes cinco elementos da equipa: Rui Costa, Rúben Guerreiro, Nelson Oliveira, Rui Oliveira e Rafael Reis, este último motivado por uma grande Volta a Portugal e pelo 14.º lugar no contrarrelógio destes Europeus.
E seria mesmo isso que iria acontecer, neste caso em prejuízo da equipa nacional: numa fase em que não ia tão bem posicionado, o grupo da frente cortou, João Almeida acabou por descolar do lote de corredores que seguia na liderança em busca da vitória e não teve depois margem de manobra para corrigir esse momento, acabando a prova no 14.º lugar. Rui Costa, antigo campeão mundial terminou na 18.ª posição.
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