Foram precisas 15 sessões para que 10 dos 16 bezerros aprendessem onde é que podiam e não podiam urinar e a aguentar a bexiga até ao local correto, segundo a experiência que juntou investigadores alemães e neozelandeses. Se fosse possível recolher 80% da urina do gado, reduziríamos 56% das emissões de amónia, defendem.

“O nosso trabalho mostra a capacidade do gado de perceber e controlar voluntariamente os reflexos urinários internos e aumenta as evidências de que os comportamentos voluntários e involuntários dos animais são passíveis de modificação através de recompensas”, escrevem os autores no artigo publicado na revista científica Current Biology.

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A recompensa era alimentar: sempre que urinavam no local destinado ao efeito (durante e depois de treinados para o fazer). O estímulo negativo ou penalização era um spray de água sempre que o faziam fora do sítio correto.

Para urinar, usar uma retrete requer autocontrolo e coordenação de uma cadeia complexa de comportamentos, incluindo ter consciência de que a bexiga está cheia, anular os reflexos excretores [que fazem urinar espontaneamente], selecionar uma latrina e relaxamento intencional do esfíncter uretral externo”, descrevem os autores, num processo que tanto se aplica às vacas como a outros mamíferos.

O treino de vacas já foi tentado, sem o sucesso desejado, apesar de deterem características fisiológicas semelhantes àquelas que nos permitem aprender a urinar na sanita. “De forma notável, os bezerros mostraram um nível de desempenho comparável ao das crianças e superior ao das crianças muito pequenas”, referem mesmo os investigadores.

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A amónia presente na urina das vacas não contribui diretamente para a crise climática — e certamente que não da mesma forma que os arrotos e outros gases emitidos pelas vacas. Mas a amónia no solo vai ser convertida em óxido nitroso pelos microorganismos que ali existem e este gás é o terceiro com efeito estufa mais significativo (depois do metano e dióxido de carbono), lembra o jornal The Guardian.