André Peralta Santos saiu depois de cerca de um ano no cargo de diretor de Serviços de Informação e Análise da Direção-Geral da Saúde (DGS). Uma das figuras da DGS nas reuniões do Infarmed (que terá uma nova sessão esta quinta-feira) e um dos especialistas a trabalhar os números e relatórios da pandemia de Covid-19 para a instituição anunciou a saída no sábado, no Twitter.
Tinha sido nomeado, em regime de substituição, a 3 de setembro de 2020 depois de Inês Estevinho Fronteira, também em regime de substituição, ter cessado funções por vontade própria (esteve no cargo de 24 de junho a 1 de setembro de 2020).
“Quando comecei sabia que ia ser uma missão de curta duração, tenho um PhD [doutoramento] para acabar nos USA”, escreveu André Peralta Santos no Twitter. “Com a epidemia estável, 85% da população com pelo menos uma dose da vacina, estabilidade na sucessão do serviço na DGS, demos a minha missão por terminada”, concluiu numa das 11 mensagens referentes ao assunto.
A minha missão acabou!
Termino a minha missão como diretor na DGS
Foi um enorme privilégio e desafio estar ao leme da informação e análise durante 1 ano na maior pandemia do século.
Volto para a minha vida académica com a sensação de dever cumprido
Alguns pensamentos
???? pic.twitter.com/5ZGzmdtpgF— André Peralta Santos (@andre_peralta) September 11, 2021
O médico diz sair com uma “sensação de dever cumprido”, nomeadamente em relação àquilo que eram as suas funções na DGS:
- estabilizar os sistemas de informação;
- aumentar a rapidez, quantidade e qualidade da informação produzida e partilhada;
- melhorar a qualidade da análise.
No resumo do percurso de cerca de um ano, o especialista em dados disse ter ficado com uma “ideia clara das razões de algumas das limitações [da DGS]”: a “administração pública tem dificuldade em captar e reter talento em áreas de inovação técnica e tecnológica”.
Agradeceu ainda aos elementos das várias equipas com as quais trabalhou, com na DGS, Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, Infarmed, task force, entre outros. Mas também apontou as falhas: “Tivemos dificuldades em contrariar a atomização de processos (pandemia dos Excel [folhas de cálculo]), em responder a perguntas concretas, mas que não eram captadas pelos sistemas de informação, e em simplificar os sistemas de informação sem comprometer a sua continuidade”.
Na DGS e no tratamento dos dados da pandemia de Covid-19 continua Pedro Pinto Leite, chefe da Divisão Epidemiológica e de Estatística. O médico de Saúde Pública foi designado para o cargo a partir de 22 de outubro de 2020, em regime de substituição de Luís Silva Guedes, também em regime de substituição, que saiu a 20 de agosto de 2020, um mês e 20 dias depois de entrar no lugar.