Nathan Aké, jogador do Manchester City, viveu na passada quarta-feira um dia e uma noite com acontecimentos totalmente díspares, do mais díspares que poderia viver. Na vitória por 6-3 frente ao RB Leipzig, no arranque da fase de grupos da Liga dos Campeões, o jogador dos Países Baixos marcou o 1-0 para os citizens de Pep Guardiola, estreando-se a marcar na Champions. Estavam decorridos cerca de 15 minutos de jogo quando Aké cabeceou de forma certeira e foram também poucos os minutos que separaram o golo do holandês da morte do pai, como Nathan relatou nas redes sociais.
“As últimas semanas foram as mais duras da minha vida, com o meu pai muito doente e não havia mais tratamentos possíveis. Tive a sorte de ter muito apoio da minha noiva, da família e dos amigos. Ontem [quarta-feira], depois de tempos difíceis, marquei o meu primeiro golo na Liga dos Campeões e, apenas alguns minutos depois, ele morreu pacificamente com a minha mãe e o meu irmão ao seu lado. Talvez estivesse destinado, ver-me jogar sempre o deixou orgulhoso e feliz. Sei que estarás sempre comigo, estarás sempre no meu coração e esta foi para ti, pai”, escreveu Aké no Instagram.
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O jogador do Manchester City, de apenas 26 anos, foi titular pela terceira vez esta época frente ao RB Leipzig, frente ao “intocável”, como Guardiola lhe chamou uma vez, Rúben Dias, mas só agora conseguiu uma vitória. Isto porque o City perdeu os dois primeiros jogos oficiais da época: a Supertaça frente ao Leicester e na primeira jornada da Premier League contra o Tottenham de Nuno Espírito Santo. Em ambos os encontros, a equipa que tem ainda os portugueses João Cancelo e Bernardo Silva perdeu por 1-0. Não que Aké tenha sido o culpado pelas derrotas, mas a verdade é que viria a não jogar nos três jogos seguintes, voltando apenas às opções frente ao RB Leipzig.
Como quase todos os defesas do Manchester City, Nathan Aké custou ainda um valor considerável, neste caso mais de 45 milhões de euros pagos ao Bournemouth, depois de três épocas no clube. E são esses defesas, independentemente de serem caros ou baratos, que dificultam um pouco a vida ao holandês, que joga a central e defesa esquerdo se necessário. Ora, para esses posições, Guardiola tem Rúben Dias, Stones, Laporte, Walker, Cancelo e Zinchenko. Mesmo com rotação, não é fácil entrar nesta equipa, que na época passada venceu a Premier League e chegou à final da Liga dos Campeões, disputada no Estádio do Dragão, no Porto, onde perdeu com o Chelsea.
Aké, que esteve no Euro 2020 com os Países Baixos, tendo realizado dois jogos, afirmou-se no Bournemouth entre 2017 e 2020, mas já há algum tempo que andava por Inglaterra, ainda muito jovem, claro, mas sem grande sucesso. Formado no Feyenoord, chegou ao Chelsea em 2011, ainda com 15 anos, para jogar nas camadas jovens dos londrinos. Completou a formação nos blues e após vários empréstimos, ao Reading, Watford e Bournemouth, foram precisamente estes últimos a desembolsar mais de 22 milhões de euros pelo passe do jogador, comprando-o ao Chelsea. Aí mostrou serviço e chegou ao City, onde fez apenas 13 jogos na época passada e esteve lesionado cerca de três meses e meio com uma lesão na coxa. Regressou em março de 2021, mas viria a fazer apenas quatro encontros até ao final da temporada passada.
Mas com uma nova época chegam novas oportunidades e após mais uma dada por Guardiola, Aké encontrou o caminho do golo, aquele que estava “destinado”, aquele que foi para o seu pai, que ficava sempre “orgulhoso e feliz” por ver o filho jogar.