“Tão intensos, com tantas transições. São uma equipa agressiva na maneira como jogam. Esperemos que o consigamos fazer com a bola, ser tão intensos como eles e ganhar o jogo. Na fase de grupos tens de ganhar em casa, senão tens de ir fora e ganhar um ou dois jogos fora. A fase de grupos é dura“, afirmou Guardiola antes do encontro frente ao RB Leipzig, treinado agora pelo norte-americano Jesse Marsch, timoneiro que fez todo o “percurso Red Bull”, ou seja, treinou o New York Red Bulls e o Red Bull Salzburgo. No entanto, a tal equipa que Guardiola tanto temia, e que apresentou André Silva de início, não está a ter vida fácil na Bundesliga, com uma vitória e três derrotas. Mas é uma equipa que apesar de ter perdido Upamecano e Sabitzer para o Bayern tem bons jogadores e boas ideias.

Assim, Pep escalonou a sua equipa e escolheu para capitão um rapaz português que foi só o melhor jogador da Premier League na época passada: Rúben Dias. Bastou uma época e um mês para o central da Seleção Nacional assumir a braçadeira mas, além do prémio de melhor da época passada, é preciso perceber que estes 13 meses correspondem a 55 (!) jogos. Ou seja, Rúben Dias está, aos 24 anos, tão entrosado numa das melhores equipas do mundo como poderia estar.

Rúben Dias, que conquistou ainda recentemente o prémio de melhor defesa da última Liga dos Campeões, superando o espanhol César Azpilicueta e o alemão Antonio Rudiger, ambos dos ingleses do Chelsea, que venceram o City na final da competição, renovou em agosto com o clube, até 2027. “Estou muito feliz com o novo acordo. Apreciei todos os minutos desde que aqui cheguei há um ano. Jogar aqui superou todas as minhas expectativas e é um prazer fazer parte desta equipa incrível“, disse o português.

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Não é assim tão surpreendente que Rúben Dias esteja a vingar no Manchester City, porque Guardiola, seu treinador, chegou a dizer no início de 2021 que o defesa “é intocável”. “Ele não precisa da minha confiança para o motivar. Ele diz-me: ‘Sei a minha qualidade, sei o que valho e vou mostrar isso a todos na Premier League’”,referiu. “É um central que lidera a linha defensiva e, com isso, ajuda os outros a tomar boas decisões. É isso que acontece quando te tornas um incrível defesa central. Não joga apenas a pensar em si próprio, na sua área, mas também em quem está à direita e à esquerda. O mesmo acontece em relação aos médios. Ele torna melhores os seus companheiros de equipa, algo que é muito difícil de encontrar no mundo do futebol”, disse Guardiola sobre o português, em março.

Também com Cancelo e Bernardo Silva de início, como tem sido habitual, a equipa orientada por Guardiola e esta quarta-feira liderada por um jovem português marcou por volta do quarto de hora da primeira parte pelo companheiro do centro da defesa de Dias, Nathan Aké. Aos 28′ o marcador fica em 2-0 com um autogolo um pouco surreal de Mukiele, que ao querer atrasar de cabeça para o seu guarda-redes, Gulácsi, colocou a bola na baliza. O Leipzig reduziu numa bola parada por Nkunku aos 42′, mas ainda antes do intervalo, Mahrez fez de penálti o 3-1, dando a ideia de que o jogo estava mais ou menos terminado. Não foi o caso porque logo a arrancar o segundo tempo o mesmo Nkunku marcou, colocando a partida em 3-2. Mas bastaram cinco minutos e um adormecimento da defesa alemã para Grealish, no seu clássico “esquerda para o meio”, fazer o 4-2.

Se o score já era elevado, ainda deu para que este ficasse semelhante ao de um qualquer jogo de hóquei em patins. Nkunku fez o 4-3; João Cancelo com um grande golo fez o 5-3 e Gabriel Jesus, num lance em que Rúben Dias esteve envolvido, fez o 6-3 final. Guardiola queria “ganhar em casa” e assim foi, queria “intensidade” e teve-a, tudo a começar na liderança de um jovem rapaz português.