A cabeça de lista da CDU à Câmara de Castelo Branco manifestou esta terça-feira uma grande preocupação face à desertificação que está a afetar o concelho e defendeu a urgência de um plano integrado de desenvolvimento para inverter a situação.

“A desertificação do concelho é enorme, é uma calamidade”, disse Felicidade Alves à agência Lusa, adiantando ser necessário que “as forças vivas do concelho, as associações, os partidos, os eleitos”, façam “um esforço integrado de planificação”, no sentido de “revitalizar o turismo, as empresas e o comércio”.

Após a visita a algumas aldeias, onde é visível a diminuição do número de habitantes nos últimos anos, Felicidade Alves apontou algumas propostas que, na sua ótica, podem contribuir para contrariar a desertificação. “O arrendamento jovem é fundamental para que os jovens se fixem no concelho, mas, para que se fixem, é preciso terem trabalho de qualidade”, afirmou.

A reconstrução de casas devolutas, para uma aposta no alojamento local, é outro dos caminhos que a candidata da CDU vê como passíveis de ajudar à fixação de pessoas e à dinamização económica.

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Porém, manifestou-se “preocupadíssima”, pois os programas de fixação de jovens no interior que têm sido promovidos levaram para as freguesias do concelho “um número muito residual” de novos habitantes e não vê “como tirar jovens da cartola” para inverter uma progressiva desertificação local.

A aposta em serviços dirigidos à população sénior é também considerada “fundamental”.

Considerando que “não há uma política de incentivo local” à criação de empregos, Felicidade Alves sublinha que o facto de o concelho estar depauperado de unidades industriais também prejudica a própria definição de uma oferta formativa que leve os jovens a fixarem-se no concelho.

“As ofertas formativas são para também se irem embora. Os jovens formam-se e vão-se embora”, pois em Castelo Branco não existem empregos qualificados para os absorverem, constatou a candidata da coligação PCP-PEV, ao mesmo tempo que se manifestou disponível para “lançar pontes” com vista ao diálogo necessário para a definição de um plano de desenvolvimento integrado para o concelho.

“Eu estou disponível e farei tudo o que estiver ao meu alcance, porque eu sou de Castelo Branco, esta é a minha terra, esta é a minha casa e queria que tivesse melhores condições”, disse a candidata da CDU.

Nas eleições de 2017, o PS conquistou cinco mandatos, enquanto o PSD elegeu dois vereadores.

Na corrida à presidência da autarquia, além de Felicidade Alves, estão Leopoldo Rodrigues (PS), João Belém (PSD/CDS/PPM), Rui Paulo Sousa (Chega), Luís Correia (MI — Sempre — Movimento Independente), Rui Amaro Alves (MPT — Partido da Terra) e Margarida Paredes (BE).