De acordo com dados do Transfermarkt, o plantel do Manchester City vale 1,05 mil milhões de euros, com o do PSG a valer 997,75 milhões de euros. Arredondemos para um jogo de praticamente dois mil milhões de euros. Um jogo de clubes endinheirados, um encontro de craques, de bons treinadores (Pochettino e Guardiola) e ainda de portugueses, com Nuno Mendes a titular nos parisienses, com Danilo no banco, e Cancelo, Bernardo Silva e Rúben Dias, o central capitão de equipa, de início na equipa de Pep.

Mas, com tanto craque, como destacar um? Bem, neste contexto não é ‘difícil’: um homem chamado Leo Messi. O jogador de quem se pensava ser o “senhor Barcelona” e que esta terça-feira defrontava o seu ‘mestre’ Pep Guardiola, treinador com quem conquistou, entre 2008 e 2012, duas Ligas dos Campeões e outros inúmeros títulos, com o então chamado e histórico tiki taka.

Messi havia falhado dois jogos do PSG para o campeonato devido a lesão, mas era também esta terça-feira a primeira vez que La Pulga entrava em campo depois de uma pequena polémica que surgiu após uma substituição num jogo da Ligue 1 frente ao Lyon. A equipa da cidade luz acabaria por ganhar o encontro nos últimos minutos, mas as imagens mostraram um Messi que pouco festejou e que pareceu não cumprimentar o seu treinador quando saiu. Um Messi com a chamada ‘cara de poucos amigos’. Ainda por cima na estreia no Parque dos Príncipes.

“Raiva”, “polémica”, memes e palmas tímidas: Messi substituído mostra-se incrédulo na estreia no Parque dos Príncipes

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Mauricio Pochettino desvalorizou e fez o mesmo na antevisão ao encontro com o Manchester City, relativamente a um possível desentendimento entre Neymar e Mbappé, alegadamente por o francês achar que a estrela brasileira lhe passava pouco a bola. “São rapazes fantásticos. No futebol, este tipo de coisas acontece entre concorrentes. O nosso objetivo permanente é vencer. Criou-se muito ruído fora do grupo mas no interior não foi nada. Eles falaram um com o outro, eu também falei com eles e isso viu-se no treino, eles estavam a rir”, afirmou o treinador argentino, acrescentando ainda que a equipa é “tranquila”, com jogadores “calmos que treinam bem”. “Aqui vive-se um bom ambiente. Somos um clube muito especial e temos aceitamos o facto de que vivemos situações diferentes. Mas o grupo lida muito bem com isso e está equilibrado”, referiu ainda. Acabaram as polémicas ou pseudo-polémicas? Claro que não. Joga Donnarumma ou Navas, dois dos melhores guarda-redes do mundo? “Já vos disse que decidimos antes de cada jogo”, afirmou quem manda, o treinador.

E o treinador Pochettino decidiu ainda que, dada a propensão ofensiva do MNM (Messi, Neymar e Mbappé), e também pela qualidade do próprio jogador, Idrissa Gueye era a peça ideal para segurar o meio-campo, a equipa, tudo o que umas corridas desenfreadas do melhor tridente atacante do mundo podia, de certa forma, desfazer na transição defensiva. Ora, foi mesmo o senegalês a abrir o marcador logo aos 9′, colocando a equipa de Paris a ganhar quando as duas equipas ainda se tentavam entender.

O conjunto de Guardiola bem esticado na largura, mas com apoio do médios de Bruyne e Bernardo Silva para combinações, e a equipa francesa a tentar mais explosão e mais jogadores no corredor central para outro tipo de jogadas. Ainda durante o primeiro tempo, ambas as equipas tiveram perto do golo, mas, se os conjuntos tivessem ido empatados para o intervalo não teria sido chocante. Rúben Dias obrigou Donnarumma a uma boa defesa e, para manter a temática lusitana, Bernardo Silva não fez de forma escandalosa o empate, a talvez um metro e meio da baliza. Acertou na trave.

Com Messi ainda a tentar entrosar-se e sem se perceber muito bem que tipo de combinações lhe são pretendidas e aos seus dois companheiros, Neymar e Mbappé, foi o Manchester City, mesmo com um susto ou dois, a dominar a segunda parte, obrigando o PSG recuar e Donnarumma a ir a cruzamentos, a ir ao chão, a disputar lances divididos.

E, na altura em que ninguém estranharia que Pochettino mexesse na equipa, e contra a corrente do jogo, finalmente aconteceu: golo de Messi. O argentino combinou com Mbappé e à entrada da área, com espaço, enquadrado e de frente com a baliza, bem, é quase um penálti em andamento para Leo. O último golo do argentino para a Champions, curiosamente, foi contra o seu atual clube, quando o Barcelona foi ‘despachado’ nos oitavos de final da competição na última edição.

Não parecia entrosado, não se percebia muito bem o que era para fazer, o City tinha a bola, não merecia estar a perder por 2-0, e Donnarumma fez algumas defesas. Tudo verdade. Mas outra verdade? Messi continua, aos 34 anos, a ser dos melhores do mundo, e a esperança em Paris é que esteja só a (re)aquecer.

Já agora, e por falar em verdades, Nuno Mendes foi titular (Danilo entrou no final), tem 19 anos e vai ser uma grande e boa dor de cabeça para Fernando Santos…