825kWh poupados com a
i

A opção Dark Mode permite-lhe poupar até 30% de bateria.

Reduza a sua pegada ecológica.
Saiba mais

"Squid Game". De onde vem o sucesso da série sul-coreana que está a conquistar o mundo?

Este artigo tem mais de 2 anos

Apareceu na Netflix há menos de duas semanas e é a mais vista em vários países, Portugal incluído. Mas qual a origem de uma série em que as personagem concorrem em jogos potencialmente fatais?

Squid Game acompanha uma série de personagens endividadas, prontas a arriscar a vida em provas aparentemente inofensivas a troco de milhões
i

Squid Game acompanha uma série de personagens endividadas, prontas a arriscar a vida em provas aparentemente inofensivas a troco de milhões

YOUNGKYU PARK

Squid Game acompanha uma série de personagens endividadas, prontas a arriscar a vida em provas aparentemente inofensivas a troco de milhões

YOUNGKYU PARK

A série que se estreou a 17 de setembro na Netflix e cujo repentino êxito está a intrigar meio mundo é criação da mente de um só homem: o sul-coreano Hwang Dong-hyuk, antigo estudante de cinema em Los Angeles, que escreveu, produziu e realizou “Squid Game”. É dele que fala a imprensa mundial por estes dias, com a série a subir ao primeiro lugar das mais vistas em vários países e a catapultar na bolsa de valores empresas ligadas à produção.

Portugal segue a tendência e por cá “Squid Game” também registava o maior número de espectadores no início desta semana, de acordo com o ranking da própria plataforma de streaming — seguida de “Sex Education” e “Missa da Meia-Noite”. É, aliás, a série dramática coreana mais popular de sempre, escreveu a Forbes. E arrisca tornar-se uma das produções estrangeiras mais vistas de sempre na Netflix americana. Tanto assim é que está a levar os espectadores à redescoberta de propostas semelhantes vindas da Ásia, como sejam “Alice in Borderland” (Japão, 2020) e “Sweet Home” (Coreia, 2020). Esta última era até agora a série sul-coreana que mais atenção tinha despertado na Netflix.

[o trailer de “Squid Game”:]

Banda sonora inclui Tchaikovsky

A primeira temporada de “Squid Game” está disponível para visualização dos assinantes da plataforma desde 17 de setembro. Divide-se em nove episódios, com diferentes durações. O primeiro tem 59 minutos e o oitavo só chega aos 32, por exemplo. É classificado como “programa de suspense” e recomendado para maiores de 16 anos, por culpa de cenas de violência.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Imagens reais são misturadas com efeitos visuais, a banda sonora inclui música clássica de Strauss ou Tchaikovsky e há personagens de máscara que lembram os Power Rangers ou, de outra forma, os ladrões de “La Casa de Papel”, produção com a qual irá certamente competir na liga das séries faladas em línguas que não a inglesa. Há quem veja inspiração em The Hunger Games (Os Jogos da Fome, 2012), da escritora americana Suzanne Collins, que deu origem a uma trilogia homónima no grande ecrã, o que se explica com facilidade.

A história é a de pessoas que decidem arriscar a vida num esquema de sobrevivência que imita jogos infantis tradicionais da Coreia e que lhes permitem alcançar um prémio de milhões. “Centenas de jogadores falidos aceitam um estranho convite para competir em jogos infantis. O prémio que os espera é tentador, mas as consequências são fatais”, diz a sinopse da Netflix, que destaca os atores Lee Jung-jae (“Chief of Staff”) e Park Hae-soo (“Manual do Presidiário”).

“Quis escrever uma história que funcionasse como alegoria, ou fábula, da sociedade moderna capitalista, para assim retratar a competição levada ao extremo, como se fosse a competição extrema da vida”, explicou o autor à Variety. “Mas com o mesmo tipo de personagens que já todos conhecemos na vida. Os jogos que aparecem são muito simples e fáceis de entender, o que permite aos espectadores concentrarem-se nas personagens, em vez de se distraírem a tentar entender as regras.”

O resultado é uma série entre o drama, o humor negro e a exploração de territórios próximos do gore ou do terror, disciplinas nada estranhas à produção audiovisual da Coreia do Sul. Numa comparação de quadrantes diferentes, encontrar semelhanças de uma dramatização tendo por base as provas dos “Jogos sem Fronteiras”, “Nunca Digas Banzai” ou o universo dos jogos de vídeo pode facilmente acontecer — mas os concorrentes, em vez de à procura de entretenimento, são personagens em desespero, com dívidas que nunca vão conseguir pagar de outra forma.

“Demorei seis meses a escrever e reescrever os primeiros dois episódios. Depois consultei alguns amigos e escolhi as dicas que me permitiam melhorar alguns aspetos", disse o criador da série, Hwang Dong-hyuk, à Variety

YOUNGKYU PARK

Ainda assim, porquê o sucesso?

A popularidade é tal que pelo menos duas empresas ligadas à produção da série têm tido uma subida em flecha das ações em bolsa, noticiou a Bloomberg na segunda-feira. O facto de em 2020 ter sido um filme sul-coreano a arrebatar os principais prémios na cerimónia dos Óscares — “Parasitas”, de Bong Joon-Ho, que também  tinha sido Palma de Ouro em Cannes 2019 — pode ajudar a explicar a apetência do público por uma série da mesma geografia, sugere um artigo do Guardian. O recente culto ocidental da música pop feita no Coreia e conhecida como K-pop também será um fator. Quanto ao conteúdo propriamente dito, diz o Guardian, talvez as emoções que a série proporciona, ligadas ao destino das personagens em ambiente de jogo, seja uma das chaves do êxito.

Ainda assim, não é certo que uma segunda temporada já esteja a caminho. Hwang Dong-hyuk disse à Variety que não tem “planos definidos” quanto a sequelas. “Só de pensar nisso, fico cansado. Se o fizer, não poderei trabalhar sozinho. Teria de pensar numa equipa de guionistas e precisaria de vários realizadores com experiência”, acrescentou. Isto significa que a série de que todos falam foi criada com pouco trabalho de equipa, por incrível que pareça. “Demorei seis meses a escrever e reescrever os primeiros dois episódios. Depois consultei alguns amigos e escolhi as dicas que me permitiam melhorar alguns aspetos.”

Nascido em Seul em 1971, Hwang Dong-hyuk estudou na Coreia e depois de realizar várias curtas-metragens mudou-se para Los Angeles, nos EUA, para fazer um curso de produção de cinema. A banda desenhada japonesa (manga) e a história da própria família são dois elementos muito presentes no seu trabalho — marcado, quase sempre, pelo empenho individual. As duas longas-metragens mais conhecidas de Hwang Dong-hyuk foram realizadas e escritas apenas por ele: a comédia musical Miss Granny (ou Soo-sang-han geun-yeo, 2014) e o drama histórico The Fortress (Namhan Sanseong, 2017).

 
Assine o Observador a partir de 0,18€/ dia

Não é só para chegar ao fim deste artigo:

  • Leitura sem limites, em qualquer dispositivo
  • Menos publicidade
  • Desconto na Academia Observador
  • Desconto na revista best-of
  • Newsletter exclusiva
  • Conversas com jornalistas exclusivas
  • Oferta de artigos
  • Participação nos comentários

Apoie agora o jornalismo independente

Ver planos

Oferta limitada

Já é assinante?
Apoio a cliente

Para continuar a ler assine o Observador
Apoie o jornalismo independente desde 0,18€/ dia
Ver planos
Já é assinante?
Apoio a cliente

Ofereça este artigo a um amigo

Enquanto assinante, tem para partilhar este mês.

A enviar artigo...

Artigo oferecido com sucesso

Ainda tem para partilhar este mês.

O seu amigo vai receber, nos próximos minutos, um e-mail com uma ligação para ler este artigo gratuitamente.

Ofereça artigos por mês ao ser assinante do Observador

Partilhe os seus artigos preferidos com os seus amigos.
Quem recebe só precisa de iniciar a sessão na conta Observador e poderá ler o artigo, mesmo que não seja assinante.

Este artigo foi-lhe oferecido pelo nosso assinante . Assine o Observador hoje, e tenha acesso ilimitado a todo o nosso conteúdo. Veja aqui as suas opções.

Atingiu o limite de artigos que pode oferecer

Já ofereceu artigos este mês.
A partir de 1 de poderá oferecer mais artigos aos seus amigos.

Aconteceu um erro

Por favor tente mais tarde.

Atenção

Para ler este artigo grátis, registe-se gratuitamente no Observador com o mesmo email com o qual recebeu esta oferta.

Caso já tenha uma conta, faça login aqui.

Apoie o jornalismo. Leia sem limites. Apoie o jornalismo. Leia sem limites.
Desde 0,18€/dia
Apoie o jornalismo. Leia sem limites.
Apoie o jornalismo. Leia sem limites. Desde 0,18€/dia
Em tempos de incerteza e mudanças rápidas, é essencial estar bem informado. Não deixe que as notícias passem ao seu lado – assine agora e tenha acesso ilimitado às histórias que moldam o nosso País.
Ver ofertas