Há sempre uma primeira vez para tudo. No entanto, essa a primeira vez acabou por acontecer em paralelo com mais uma vez como se está a tornar regra. Expliquemos: pela primeira vez na presente temporada, o treinador do Manchester United entendeu que seria melhor deixar Cristiano Ronaldo no banco no jogo com o Everton em Old Trafford; mais uma vez, os red devils voltaram a ter um encontro menos conseguido até com a entrada do português e não foram além de um empate caseiro com o Everton, com a particularidade de Andros Townsed, marcador do 1-1, ter celebrado à Ronaldo… antes de ficar com a camisola 7.

Solskjaer tem a caixa dos ovos bons mas continua sem saber fazer omeletes (e o Man. United leva duas jornadas sem ganhar)

“Gozar com ele? É o meu ídolo! Passei horas nos treinos a tentar executar as técnicas dele. Talvez precisasse de perder mais tempo a treinar o festejo porque não foi uma grande execução mas foi um sinal de respeito pelo Cristiano. É uma honra partilhar o mesmo campo que ele”, contou o internacional inglês, que numa primeira instância viu recusada a camisola mas mais tarde lá recebeu essa prenda no balneário.

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As coisas não estão fáceis para o técnico norueguês, que ganhou apenas dois dos últimos seis jogos entre Premier League, Liga dos Campeões e Taça da Liga (onde está fora depois da derrota com o West Ham) e com ambos os triunfos a serem garantidos apenas nos descontos, frente a West Ham e Villarreal. Ainda assim, Solskjaer voltou a defender a decisão de poupar o avançado português antes da paragem.

“O jogo de quarta-feira com o Villarreal foi muito exigente, tanto física como emocionalmente. Por isso era preciso refrescar a equipa para o jogo neste horário [12h30]. Os primeiros minutos de jogo vão ser muito importantes, temos bons jogadores a entrar e é um onze em que podemos confiar”, tinha referido antes do apito inicial perante a aposta num ataque com Greenwood, Martial e Cavani. “Não estou arrependido. Tomas várias decisões ao longo de uma longa, longa época. Tens que gerir o esforço dos teus jogadores e, a meu ver, foi a escolha certa”, reforçou Solskjaer após o empate frente ao conjunto de Liverpool.

Uma coisa é certa: com mais ou menos contestação, com mais ou menos minutos de Ronaldo em campo, os resultados e em parte as exibições não estão a ir ao encontro do que era pretendido, o que ficou também visível na reação de desalento do português depois de mais um jogo com pontos perdidos no Campeonato, algo que Rio Ferdinand, antigo central e capitão de equipa, admitiu compreender. “Está dececionado com o resultado. Marcou cinco golos em cinco jogos, queria continuar nessa forma e levar a equipa à vitória, entendo as suas frustrações. Com a profundidade que a equipa do United tem, devia ter ganhado. O Everton não tinha os seus avançados de primeira linha e nove jogos a sofrer é mau para o United”, disse na BT Sport o ex-internacional inglês, falando também sobre o registo defensivo da equipa esta temporada.

Já Gabriel Agbonlahor, outro antigo internacional inglês que se destacou no Aston Villa ao longo de década e meia, foi mais longe nas críticas a Solskjaer. “Não colocar Ronaldo a titular foi uma ofensa digna de despedimento. O Manchester United jogou contra o Everton, uma equipa que tem estado em boa forma. Precisas da equipa mais forte para vencer o jogo. Vem aí a pausa para as seleções, o Manchester United não vai jogar na quarta-feira. O Pogba devia ter sido titular, o Ronaldo devia ter sido titular, até o Lingard devia ter sido titular. Se mandar o Ronaldo exausto para a Seleção, o problema não é dele. Tem de jogar com a melhor equipa. O Solskjaer percebeu tudo mal. Nos últimos 30 segundos de jogo estava a rir-se na linha lateral quando o Rafa Benítez estava atento, a dar indicações…”, salientou ao talkSPORT.