O ministro do Ambiente afirmou esta segunda-feira que o concurso para a nova ponte para o metro sobre o Douro foi “o mais desafiante que houve no mundo” e que os três finalistas têm projetos para “uma obra magnífica”.
“Este foi o mais desafiante concurso de pontes que houve no mundo“, afirmou esta segunda-feira o ministro do Ambiente e Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes.
O ministro, que participou esta segunda-feira na cerimónia de anúncio dos vencedores da primeira fase do concurso público internacional de conceção da nova ponte sobre o Douro que ligará a rede de metro, salientou que a “bitola era alta”, mas que as 28 propostas apresentadas foram “de grande qualidade e surpreendentes”.
Concurso para nova ponte rodoviária sobre o Douro entre Porto e Gaia com sete candidatos
“Sou engenheiro civil, nunca me esqueço disso, e ia jurar que esta ponte ia ser um pórtico. Enganei-me, a ponte afinal é um arco e um arco magnífico”, salientou.
Entre as 28 propostas recebidas a concurso para o projeto de concessão desta nova travessia que servirá a rede de metro, designadamente a ligação entre a Casa da Música, no Porto, e Santo Ovídeo, em Vila Nova de Gaia, foram selecionados os projetos de três gabinetes portugueses de engenharia.
“Qualquer um dos três é um projeto que dá origem a uma obra magnífica”, assegurou o ministro.
Considerando que esta segunda-feira é “um dia de festa”, Matos Fernandes disse também ser com “grande satisfação” que os projetos finalistas são de gabinetes de engenharia civil portuguesa.
Sempre disse que a ponte é a maior obra de um engenheiro civil”, acrescentou.
Salientando que este é um “dia muito importante para o Porto e Gaia”, municípios que ficam com “uma relação mais densa por transporte coletivo“, o ministro disse que a empreitada desta nova ponte sobre o Douro não teria sido possível sem os presidentes das duas autarquias.
“Porto e Gaia têm de facto dois presidentes que sabem bem o que é o futuro da mobilidade, que essa mobilidade tem de ser coletiva, elétrica e sem estes dois ilustres presidentes era impossível termos esta ponte”, referiu.
Também presente na cerimónia, o presidente da Câmara de Vila Nova de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues, salientou que as soluções apresentadas pelos finalistas não se tratam apenas de pontes, mas de “obras de arte sobre o rio Douro“.
Já o presidente da Câmara do Porto, o independente Rui Moreira, afirmou que, apesar de ser um momento de “grande ansiedade e apreensão”, as três propostas vão ao encontro das expectativas da população, salientando ainda ter sido possível a apresentação de propostas dentro dos parâmetros orçamentais estabelecidos no procedimento.
O júri do concurso atribuiu o primeiro lugar ao consórcio liderado por Edgar Cardoso: Laboratório de Estruturas, que receberá um prémio de 150 mil euros. O projeto propõe uma solução tipo pórtico com escoras inclinadas, com betão como principal material e uma altura superior à da Ponte da Arrábida, também da autoria de Edgar Cardoso, “para não ser um obstáculo visual”.
Já o segundo lugar foi atribuído ao projeto do consórcio liderado pela COBA, que receberá um prémio no valor de 100 mil euros. Por sua vez, o terceiro lugar foi atribuído ao consórcio liderado pela Betar – Consultores, que receberá um prémio de 50 mil euros.
Na cerimónia, o presidente do Conselho de Administração da Metro do Porto, Tiago Braga esclareceu que já foram aprovadas as condições da segunda fase do concurso público internacional, seguindo-se agora uma consulta aos três vencedores que terá por base três critérios de avaliação: qualidade do trabalho de conceção (vale 50%), preço (20%), prazo de execução (30%).
“Serão feitos os convites a estas três entidades no dia 03 de novembro. Até então, há aqui um período de 10 dias para a habilitação documental dos três concorrentes”, afirmou, acrescentando que a data de entrega de propostas está prevista para o dia 18 de novembro e a publicação do relatório do júri será a 30 de novembro.
“A nossa intenção é proceder à adjudicação do trabalho de projeto de execução da nova ponte sobre o rio Douro para a travessia do metro do Porto, com as valências pedonais e ciclovia, a 07 de dezembro”, revelou.
E acrescentou: “para que a 31 de dezembro de 2025 tenhamos esta estrutura em funcionamento, é esse o nosso compromisso”.
O concurso público internacional de conceção de uma nova ponte para ligação de metro sobre o rio Douro foi lançado em 16 de março, numa cerimónia que decorreu nos Jardins do Palácio de Cristal, no Porto, presidida pelo primeiro-ministro, António Costa, com a presença, entre outros, do Ministro do Ambiente e da Ação Climática, Matos Fernandes.