A Tesla, que este ano já vendeu créditos de carbono no valor de um milhão de dólares, repete em 2021 a Honda como cliente, mas junta-lhe a Jaguar Land Rover, que deverá contribuir com cerca de 50 milhões para a conta do fabricante de veículos eléctricos, de acordo com a Schmidt Automotive Research.

Todos os fabricantes que disputam o mercado europeu estão obrigados a respeitar, desde 2020, um valor máximo para as emissões de CO2 de toda a sua gama, que ronda em média 95g por quilómetro. Muitos construtores respeitaram facilmente estes limites impostos por Bruxelas, mas outros, mais atrasados na electrificação ou com modelos mais pesados e mais poluentes, tiveram ou têm dificuldades em cumprir, arriscando-se a multas milionárias até 2024, sendo que em 2025 os limites serão ainda mais restritos.

Para evitar penalizar de forma dura os construtores que ficariam acima dos 95g, a União Europeia permitiu que celebrassem acordos com outros fabricantes com menores emissões de carbono, adquirindo-lhes créditos de CO2 para não infringir as directrizes dos legisladores do Velho Continente. Isto até as suas próprias gamas, com uma maior percentagem de veículos eléctricos e híbridos plug-in, estarem de acordo com a regulamentação europeia.

Uma das marcas que mais créditos de carbono vendeu em 2020 foi a Tesla, que ajudou a FCA, por exemplo, a evitar as multas de Bruxelas. O então grupo italo-americano deverá ter pago à Tesla cerca de 2000 milhões de dólares. Para 2021, a FCA já não está em risco, integrada no grupo Stellantis, mas a Tesla continua com “clientes” interessados em reduzir a média de emissões.

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