A Hungria reconheceu esta quinta-feira, pela primeira vez, que o governo comprou o programa de espionagem israelita Pegasus que, segundo a imprensa internacional, foi utilizado por vários países para espiar políticos da oposição, ativistas e jornalistas.

“O Ministério do Interior adquiriu o software”, declarou esta quinta-feira à imprensa Lajos Kósa, presidente da Comissão de Defesa e Segurança do parlamento húngaro e membro do Fidesz, o partido do Governo.

Kósa, o primeiro político a admitir tal compra, sublinhou que a operação foi legítima e que não há nada a objetar, noticiou o diário digital ATV.

Pegasus. O vírus israelita que invadiu os telemóveis de jornalistas e ativistas de todo o mundo e que até o filho de Bolsonaro quis comprar

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Também assegurou que não serão revelados dados sobre as pessoas espiadas, apresentando como argumento o respeito dos seus direitos individuais.

Em julho, vários órgãos de comunicação internacionais, entre os quais o jornal húngaro Direkt36, publicaram que há indícios de que numerosos países, incluindo a Hungria, usaram o Pegasus para espiar políticos da oposição, ativistas e jornalistas.

No país centro-europeu, foram encontrados vestígios do programa de espionagem nos telemóveis de jornalistas, advogados e fotógrafos.

O Governo reagiu a essas notícias com a advertência de que nunca revelará os instrumentos utilizados pelos seus serviços de informações.

A procuradoria regional de Budapeste abriu em julho uma investigação para esclarecer se o uso desse software foi ilegal.