A Dielmar vai mesmo encerrar. Esse foi o sentido da votação aprovado em assembleia de credores que decorreu esta quarta-feira, segundo avança o jornal Público.

São cerca de 240 trabalhadores que saem da Dielmar, mas em alguns casos poderão ser integrados na Valérius, que fez uma proposta de 250 mil euros para ficar com ativos da Dielmar, entre os quais alguns trabalhadores. Pedro Siza Vieira, ministro da Economia, confirmou que chegou a proposta para uma “empresa muito reputada e com grande experiência”, a Valérius, ficar com “ativos da empresa e contratar trabalhadores para uma unidade que quer manter em Alcains”.

À margem da apresentação do programa de turismo, Pedro Siza Vieira realça “o lado bom disto”, de ter sido rececionada a proposta da Valérius. A expectativa é que representantes dos trabalhadores votem a favor destas propostas, garantindo que o Estado também votará, havendo ainda a expectativa que os “restantes credores também votarão a favor”. “São boas notícias e a lição é que é melhor assegurar que os ativos empresariais encontram melhores mãos do que tentar manter situações ineficientes”, realçou Siza Vieira.

Segundo a Lusa, a assembleia de credores deu cinco dias para os credores se pronunciarem sobre esta proposta da Valérius, que se compromete a reabrir a empresa e a ir buscar 200 trabalhadores, de uma forma faseada e após uma formação teórica de um mês e outra em contexto de trabalho, resultante de uma parceria com o Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP).

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De acordo com o Público, a proposta de encerramento foi aprovada por unanimidade na assembleia de credores desta tarde no Tribunal do Fundão. Isto depois de não se terem concretizado as propostas de compra, nomeadamente da Outfit 21, de Leiria. Também Cláudio Nunes que se apareceu na comunicação social como potencial candidato à compra não avançou com propostas.

À saída da reunião, a advogada Susana Paula Gonçalves, mandatária de 129 trabalhadores da Dielmar, sublinhou à Lusa que os trabalhadores continuam a não ter capacidade para decidir sobre a nova proposta da Valérius, por ficar dependente da banca e da segurança social. Os trabalhadores passam a receber já o subsídio de desemprego, “o que para eles é essencial”, realçou.

Já a presidente do Sindicato Têxtil da Beira Baixa (STBB), Marisa Tavares, sublinhou que o resultado desta assembleia de credores não é aquele que os trabalhadores queriam desde o primeiro momento. “Sempre pediram a salvaguarda do seu posto de trabalho e aquilo que tivemos hoje nesta assembleia de credores foi precisamente o contrário. Os trabalhadores estão prejudicados com o salário do mês de outubro e andaram neste impasse e a dar tempo para que as coisas chegassem à assembleia de credores e houvesse alguém que viabilizasse a empresa, no seu todo e a salvaguarda dos postos de trabalho e, chegados aqui, não verificamos isso”, sustentou.

Esta responsável entende que a proposta da sociedade Valérius, “vem acrescentar alguma possibilidade de trabalho no futuro”, dizendo que, no entanto, “temos pena que [o proponente] não tenha garantido o salário de outubro, mas de alguma forma já garante a salvaguarda de 200 postos de trabalho para as trabalhadoras que queiram regressar”. Marisa Tavares recorda que esta proposta ainda não é definitiva. “Há a possibilidade, caso não seja entregue à Valérius, de haver um leilão, onde possam aparecer outras propostas. Já que fizemos de tudo para que não chegassemos a este ponto, devemos trabalhar numa perspetiva de futuro não esquecendo os responsáveis”, concluiu.