Foi identificado um surto de Covid-19 com 21 infetados no Instituto Português de Oncologia (IPO) de Lisboa, confirmou fonte oficial ao Observador. Até ao momento, 12 doentes e nove profissionais de saúde testaram positivo à infeção pelo SARS-CoV-2. Todos os doentes infetados estão internados e não há registo de vítimas mortais devido à Covid-19.
O surto, identificado no final da semana passada, teve origem num doente infetado que aguardava por cirurgia no Serviço de Otorrinolaringologia. O instituto realiza testes de diagnóstico de Covid-19 aos doentes que fazem tratamentos de quimioterapia e de radioterapia, que vão realizar cirurgia ou exame médico invasivo e a todos os que permanecem internados — estes últimos testados semanalmente.
Em resposta enviada ao Observador, o IPO de Lisboa explicou que todos os doentes internados e os profissionais de saúde daquele serviço (todos vacinados) foram rastreados após a identificação do primeiro caso positivo. Como a Direção-Geral de Saúde (DGS) ordena que os institutos não mantenham internados quaisquer doentes infetados, os doentes positivos foram transferidos para outros hospitais.
Aqueles que testaram negativo permanecem internados e o instituto garantiu um ajustamento do serviço de modo a manter a atividade cirúrgica programada. Todos serão sujeitos a novos testes à infeção pelo SARS-CoV-2 na próxima quarta-feira, pelo que os números avançados esta terça-feira podem vir a ser atualizados. De qualquer modo, o IPO — incluindo o serviço afetado pelo surto — mantém o normal funcionamento.
“Os doentes devem manter as consultas e os tratamentos agendados e cumprir as medidas de autoproteção amplamente divulgadas”, apela fonte oficial do IPO, acrescentando que todas as medidas em vigor no âmbito da pandemia de Covid-19 podem ser consultadas no site oficial da instituição, a que pode aceder aqui.
Surto no hospital de Leiria infetou 25 doentes. Sete morreram
O surto no IPO de Lisboa é conhecido numa altura em que também o Hospital de Santo André, em Leiria, tem um surto ativo com 25 doentes infetados, todos vacinados, sete dos quais morreram. As vítimas mortais “apresentavam comorbilidades, com um quadro clínico grave, pelo que a causa clínica do óbito não está associada à infeção por Covid-19”, argumenta fonte oficial do hospital em nota enviada à imprensa.
Em junho de 2020, o IPO de Lisboa já tinha sido palco de um surto que chegou a afetar um total de 103 pessoas — 47 profissionais de saúde dos quadros, 16 prestadores de serviço externos e 40 doentes. O surto foi identificado no serviço de Hematologia e colocou vários enfermeiros em quarentena, o que obrigou à contratação externa de mais profissionais de saúde para garantir os serviços. Neste momento, esse não é o panorama no IPO de Lisboa.