Na sua intervenção, o Secretário de Estado para a Transição Digital salientou que “a transição digital e verde, os projetos de empreendedorismo, os digital innovation hubs fazem parte do esforço que será complementado com o PT 2030 e que permitirá escalar projetos”. André Aragão Azevedo referiu que a estratégia deve envolver todas as partes e apontou as sessões planeadas para os próximos dias 24 e 25 novembro, com 70 municípios, apelando a que haja mais participação e envolvimento, “mesmo de quem não tenha ainda feito nada nesta área.” Foi também apresentado em primeira mão o novo filme “cidades.pt” destinado a promover a estratégia nacional de smart cities com o slogan “from smart cities to a digital nation”, refletindo a ambição de afirmar Portugal como nação líder digital.

Para contextualizar a audiência, Manuel Ramalho Eanes começou por referir que “o 5G pode ter um impacto de 15% de redução no total de emissões de CO2 em todo o mundo, uma redução em 25% no tráfego nas cidades, a par de um aumento de 20 a 30% na produtividade industrial e de 25% na produtividade do setor agrícola”.

Com estes dados em mente, não restam dúvidas de que o 5G é uma revolução do ponto de vista tecnológico, social e ambiental. Trata-se de um fator de disrupção sem precedentes, que vai tornar as cidades inteligentes, “permitindo colocar mais inteligência nos sistemas e nas máquinas para que tenham mais capacidade de fornecer informação e ajudar a gerir os nossos ecossistemas”, explicou o administrador da NOS.

É Tempo de Fazer

Manuel Eanes destacou a inauguração da 1ª. fábrica 5G, em Almeirim, com recursos de realidade aumentada e inteligência artificial para otimizar a manutenção industrial.  A 1ª. praia 5G na Costa de Caparica é outro exemplo, onde passou a ser garantida a segurança das pessoas em mais quilómetros de praia, com menos recursos e maior permanência. No 1º porto 5G, em Leixões, são usados drones para verificar se as infraestruturas precisam de manutenção e também ajudam a gerir a movimentação dentro do porto com mais eficácia. O acesso à cultura e a aprendizagem também beneficiam, com a 1ª escola 5G a funcionar em Matosinhos, onde os alunos, que nunca vieram a Lisboa, puderam fazer uma visita guiada ao Pavilhão do Conhecimento, em tempo real.

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A combinação de características específicas da rede 5G faz com que os sistemas digitais tenham a capacidade de transformar as nossas vidas, no trabalho, nas empresas como em casa. “Com o 5G, a mesma rede consegue servir diferentes propósitos, ou seja, é possível configurar diferentes aplicações conforme os tipos de utilização”, explicou o executivo da NOS. A rede ajusta-se de modo inteligente aos diferentes níveis de serviço que está a facilitar, em função das necessidades. O facto de saber, a todo o momento, que recursos não estão a ser utilizados corretamente e poder atuar para evitar o desperdício é outro benefício da velocidade, baixa latência e alta conectividade do 5G. Manuel Eanes esclareceu que “podemos melhorar tudo, desde a manutenção industrial às cirurgias remotas, mas sobretudo perceber onde há falhas para atuar mais depressa”.

Houve ainda tempo para falar da parceria com o CEiiA, onde está a ser desenvolvida uma plataforma que permite escolher a melhor sequência de transportes a utilizar, para chegar ao destino da forma mais eficiente. Manuel Eanes despediu-se com a certeza de que a transformação digital já está a acontecer e vai acelerar ao ritmo que quisermos. “A NOS está cá para fazer convosco”, concluiu.

Urbanizar com Inteligência

A Bright City é o primeiro operador de smart cities em Portugal. Surgiu da parceria entre a Sonae Sierra e a NOS, que uniram as competências de gestão de ativos de tecnologia para criar “uma oferta integrada, com soluções para aumentar a eficiência energética nos edifícios, iluminação pública, mobilidade, resíduos, água e segurança”, explicou João Maia. Os enablers são as redes de comunicação que permitem introduzir a sensorização e controlo remoto dos equipamentos e uma plataforma de gestão integrada que através de Inteligência Artificial e algoritmos permite uma gestão muito inteligente dos edifícios. Ao alavancar as tecnologias digitais, as cidades podem usar torrentes de dados para otimizar o consumo de energia em edifícios e infraestruturas. Este é um tema de extrema importância em Portugal, onde os edifícios representam 40% do consumo de energia.

Miguel Eiras Antunes salientou que “no contexto urbano, as cidades crescem a ritmo de urbanização equivalente a uma cidade de Nova Iorque todos os anos,” na apresentação das 12 tendências para transformar as cidades no pós-COVID19. Trata-se de um estudo pioneiro, coordenado pela equipa da Deloitte Portugal, constituindo um importante contributo para ajudar os governos a desenvolver as suas estratégias de transformação urbana e a planear um futuro urbano resiliente e sustentável.

A mobilidade inteligente, sustentável e “as-a-service” é outra das tendências em crescimento, a par do desenvolvimento de ecossistemas de inovação digital como polo de atração de talento e de produção criativa.

Do planeamento verde dos espaços públicos às “Cidades 15 Minutos”, onde a maioria dos serviços se deve encontrar a cerca de um quarto de hora de distância a pé ou de bicicleta, o elenco das 12 tendências identificadas no estudo da Deloitte atravessa, entre outras, as áreas dos serviços, da saude, da cibersegurança e da inteligência artificial.

Miguel Eiras Antunes relembrou que “as cidades representam 75% das emissões de carbono e, se 10 cidades resolverem fazer políticas espetaculares e as restantes nada fizerem, então não conseguiremos alcançar o objetivo.” É preciso desenvolver ações concertadas e apostar na passagem de uma lógica de “urban living para human living”, concluiu o líder de smart cities da Deloitte.

Em plena era do 5G, chegou ao fim mais uma edição da Portugal Smart Cities Summit, com a certeza de voltar dentro de um ano. Até lá é tempo de fazer, de honrar compromissos e alcançar objetivos traçados, rumo à transformação digital sustentável. Ninguém pode ficar de fora.

Ao ritmo das cidades inteligentes, a Portugal Smart Cities Summit é a cimeira que não pode perder.

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