Paulo Rangel esteve em Lisboa, um dos distritos que lhe é mais favorável, e fez ataques 2 em 1: a Rui Rio e a António Costa, tentando colar o seu adversário interno ao seu potencial adversário externo. No hotel VIP, em Entrecampos, o eurodeputado lembrou que o primeiro-ministro “não quis fazer qualquer ponte para o PSD” nos últimos seis anos, o que o leva a questionar: “Como pode aparecer agora Costa como homem-milagre que é capaz de ir Governar com o PSD?” De seguida, visou de imediato para Rui Rio, sugerindo que o adversário tem planos para dar a mão a Costa: “Um PSD que diz que lhe é capaz de ir cair nos braços depois destes anos todos.”

Rangel encheu uma sala com mais de 300 lugares sentados e meia centena ainda ficaram de pé. A espaços foi aplaudido com entusiasmo, principalmente quando visava Rui Rio. Foram constantes esses ataques. Paulo Rangel acusou o atual líder do PSD de fazer ataques pessoais: “Nunca utilizei, nem vou utilizar um remoque ou ataque pessoal, ou um ataque às capacidades ou à competência do meu adversário“. O eurodeputado referia-se ao facto de Rui Rio ter repetido que o eurodeputado não tem preparação para ser primeiro-minsitro: “Ele diz que não estou preparado para ser primeiro-ministro. Eu digo: eu não estou preparado é para ser vice-primeiro-ministro”.

Convício com militantes em Lisboa, numa ação de campanha de Paulo Rangel para as eleições internas que se disputam a presidência do Partido Social Democrata - PSD. Lisboa, 24 de novembro de 2021. JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

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E se Rui Rio o tinha acusado de andar a fugir de uma posição clara, Rangel respondeu: “Ao contrário dos que dizem que é ziguezagues, nós temos uma posição muito clara: queremos uma maioria estável de quatro anos, de preferência absoluta, mas o que queremos é liderar o Governo.” O candidato à liderança do PSD acrescenta ainda que o PSD não pode nunca ser “nem um complemento, nem um suplemento do PS”, algo que sugere ser um dos planos de Rui Rio.

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Rangel voltou a acusar Rio, de forma indireta, de contribuir para a falta de unidade do partido. “Nós queremos um PSD alargado, que não se afunile ideologicamente e que congregue“.

Durante a sessão, Paulo Rangel recebeu ainda o apoio — que embora não seja surpreendente, ainda não tinha sido assumido — do líder da distrital de Lisboa. Ângelo Pereira disse que o seu voto é “individual e livre” e também “refletido e consciente”, numa resposta às acusações de Rio de que o voto em Rangel é um voto cacicado, das estrutruras. “Voto Paulo Rangel por considerar que ele é o candidato que melhor representa a alternativa ao PS”, disse, acrescentando que é também o candidato que evita que “o PSD seja menorizado”.

Convício com militantes em Lisboa, numa ação de campanha de Paulo Rangel para as eleições internas que se disputam a presidência do Partido Social Democrata - PSD. Lisboa, 24 de novembro de 2021. JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

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