Os comerciantes do Bairro Alto, em Lisboa, voltaram esta quarta-feira a pedir “um plano específico de policiamento para o bairro”, apesar de os desacatos terem diminuído com a reabertura das discotecas e “a normalização da noite”.

“A situação está bastante melhor, tem vindo a melhorar e a corrigir. Agora, há um problema que ainda não foi resolvido que é a falta de policiamento e que há muito reclamamos”, disse à Lusa o presidente da Associação de Comerciantes do Bairro Alto, Hilário Castro.

Adeptos do Borussia Dortmund atacam agentes da PSP e causam o caos no Bairro Alto

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Sete adeptos do clube de futebol alemão Borussia de Dortmund foram detidos e dois polícias ficaram com ferimentos ligeiros na terça-feira à noite na sequência de desacatos no Bairro Alto, revelou esta quarta-feira a PSP.

Para Hilário Castro, este é “um caso isolado”, mas “grave”, por ser um reflexo da falta de reforço de policiamento e de um “plano específico de policiamento” para um dos principais pontos de vida noturna de Lisboa.

É grave porque para factos desta natureza não há quem seja capaz de conter a violência. Mas o que aconteceu ontem é um caso isolado, não é reflexo daquilo que se vive no Bairro Alto”, afirmou.

Aquilo que este caso reflete, segundo o presidente da associação de comerciantes, é que “o reforço policial” é “inexistente” porque era “uma situação que devia ser prevista e calculada”, dado que “já não é a primeira vez que esta claque provoca grandes distúrbios em Lisboa” e “mais uma vez os agentes [da PSP] não conseguiram controlar a situação porque precisam de mais elementos” para atuar no bairro.

Hilário Castro sublinhou que quando os bares começaram a reabrir depois dos confinamentos impostos pela pandemia da Covid-19 “houve um excesso e um número crescente de afluência ao Bairro Alto, fora do normal”, mas que “neste momento, com a reabertura das discotecas, com a normalização da noite, a coisa tem pacificado”, embora mantendo-se “o mesmo problema de sempre” do défice de policiamento.

“O problema é após o encerramento dos estabelecimentos, porque depois não há quem possa corrigir as situações que acontecem, que é a venda ambulante e os grupos que permanecem na via publica, que criam mal-estar e que depois provoca todo este desagrado com os moradores, o que, muitas vezes, não tem nada a ver com os próprios comerciantes”, afirmou.

De acordo com o Comando Metropolitano de Lisboa (Cometlis), os desacatos de terça-feira à noite “terão começado às 23h40 na Rua da Atalaia”, quando 50 adeptos do Borussia de Dortmund “começaram a arremessar vários objetos, entre cadeiras, mesas”.

Esta quarta-feira, o Sporting defronta o Borussia Dortmund num jogo da Liga dos Campeões de futebol.