O administrador da ANA Francisco Pita insistiu esta quinta-feira ser fundamental haver “um aumento significativo” da capacidade aeroportuária em Lisboa, a ver pela recuperação, lembrando que a empresa está preparada para avançar no Montijo que levará quatro anos a construir.

“A posição da ANA é conhecida. Apresentou uma proposta ao Governo, está preparada, consegue concretizá-la em quatro anos e é o Montijo. A nossa posição é absolutamente clara em relação a isso. Não temos qualquer dúvida que é fundamental haver um aumento significativo da oferta da capacidade aeroportuária em Lisboa, se não será impossível crescer”, afirmou Francisco Pita no 46.º Congresso Nacional da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT), em Aveiro.

Em 2019, o número de passageiros no aeroporto de Lisboa atingiu os 31 milhões de passageiros, número que — lembra — se aproxima muito da capacidade de saturação desta infraestrutura.

Atualmente, em cima da mesa estão três hipóteses: aeroporto Humberto Delgado (principal), com o aeroporto do Montijo (complementar); aeroporto do Montijo (principal), com o aeroporto Humberto Delgado (complementar) e uma infraestrutura localizada no Campo de Tiro de Alcochete.

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“Dez anos? Depende de dois fatores: de quando é que se toma a decisão e da decisão que se toma”, referiu.

Segundo o administrador da ANA, “o Montijo demora quatro anos a construir” e “outras soluções demoram certamente mais”.

“Muitas vezes as pessoas questionam os quatro anos, mas se pensarmos num estádio de futebol, por exemplo, o estádio de Alvalade levou dois anos e meio, três anos a construir. Quatro anos para construir um aeroporto não é nada de extraordinário. Os aeroportos não se constroem de um dia para o outro. Temos que ter consciência disso”, reforçou ainda.

Francisco Pita disse ainda que é tendo em conta que dada a recuperação que se assistiu no aeroporto em novembro, significa que “em muitos dias” já se assistiu ao mesmo número de movimentos na Portela que se verificava em 2019.

“Temos, de facto, necessidade de um aumento rápido da capacidade aeroportuária na região de Lisboa se queremos continuar a crescer”, concluiu.

Na quarta-feira, o Presidente da República disse, também em Aveiro, que uma das virtudes das eleições é a possibilidade de clarificação de alguns assuntos e que é isso que espera que os candidatos eleitorais façam, nomeadamente, sobre o futuro da TAP e do novo aeroporto.

Marcelo diz que partidos devem clarificar o que querem para a TAP e pede decisão sobre aeroporto em 2022

“Não há nada como clarificar antes do início da legislatura para não haver surpresas durante a legislatura. Clarificar em primeiro lugar como é importante haver uma decisão sobre o aeroporto, para não haver os ‘avança e recua’ de acordo com questões conjunturais meramente táticas. O país não suporta esse taticismo. Tome-se uma decisão e tome-se em 2022. Já vos disse que gostaria de ver o resultado dessa decisão antes do fim do meu segundo mandato, mas para isso é preciso tomar a decisão”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa perante os congressistas, que na reunião da APAVT este ano são mais de 730.

Sobre a TAP, o Presidente da República disse também ser “muito importante que nas próximas eleições os candidatos clarifiquem a sua posição” para que não “haja angústias metafísicas” no decurso da legislatura.

“Sou daqueles que pensam que sonhar com um ‘hub’ forte em Portugal implica apostar na reforma da TAP e significa a viabilização e que não há alternativa. Não há alternativa mirífica de esperar que venha ao mercado — à saída da crise pandémica –, do céu, de uma galáxia diferente, de outros países, salvar uma situação que decorreria da extinção da TAP — com o que quer que fosse a extinção –, substituindo o seu papel em aspetos fundamentais em termos internos e de ligação externa num país de diáspora. Isso é esperar o impossível”, sublinhou o Chefe de Estado.