Com todas as atenções da Sporting SAD centradas esta terça-feira em Amesterdão, onde a equipa de futebol profissional irá fazer a sexta e última jornada da fase de grupos da Liga dos Campeões frente ao Ajax já com o apuramento para os oitavos confirmado, a CMVM anunciou esta tarde que o empréstimo obrigacionista que tinha sido aprovado a 17 de novembro e lançado cinco dias depois foi subscrito na totalidade. Ou seja, a sociedade verde e branca conseguiu chegar à fasquia dos 40 milhões de euros pretendidos com a operação, um valor que a meio subiu dez milhões já depois das indicações positivas nos dias iniciais.
De recordar que, na última emissão que foi paga há duas semanas conforme previsto, a Sporting SAD ia à procura de um valor de 30 milhões de euros mas acabou por não chegar a essa fasquia (26,7 milhões, a 3,3 milhões do pretendido) fruto também na instabilidade institucional, desportiva e financeira que o clube verde e branco atravessava na sequência da invasão à Academia, à destituição de Bruno de Carvalho e a um ato eleitoral com seis candidatos onde Frederico Varandas teve mais votos mas não mais votantes.
Agora sim, a confirmação: Sporting SAD aumenta empréstimo obrigacionista para os 40 milhões de euros
“A Sporting Clube de Portugal – Futebol, SAD (Sporting SAD) informa que o empréstimo obrigacionista emitido no valor de 40 milhões, cujo período de subscrição terminou no passado dia 6 de dezembro, foi subscrito na sua totalidade tendo originado uma procura de 53 milhões de euros, para a qual contribuíram 3.336 investidores”, resumiu mais tarde o clube através de comunicado no site oficial. “A Sporting SAD agradece o voto de confiança e o contributo dos investidores e deixa um agradecimento a todas as entidades externas que contribuíram para a realização e sucesso da emissão”, completou.
Empréstimo obrigacionista do Sporting vai ser “caso de estudo”
“Em função da procura podemos emitir mais ou menos. Menos não vamos emitir mas podemos emitir mais. Só se corresse mal mas estou confiante que vai correr bem. A minha convicção é a de que haverá mais procura do que há três anos. Se isso acontecer, e acontecendo, temos de tomar a decisão se aumentamos ou não, e em função da procura iremos aumentar ou não. Não iremos aumentar porque sim. Aquilo que procuramos é aumentar em função da procura. Garantir os 30 milhões e aumentar em função da procura”, tinha explicado Francisco Salgado Zenha, administrador da SAD, ao Observador, na mesma entrevista em que confirmou no que no passado dia 26 foi reembolsada a emissão anterior de 2018.
Entrevista a Francisco Salgado Zenha: “Mesmo sem Champions, o Sporting tem de gerar lucro”
Na mesma entrevista ao Observador, Salgado Zenha explicou também a opção por manter a taxa de juro a 5,25%, a mesma da última emissão. “Foi uma possibilidade baixar a taxa de juro até olhando para os comparáveis. E tivemos outros clubes a emitirem com taxas mais baixas. Não o fizemos porque tivemos a preocupação de dar a confiança ao mercado. Após o adiamento de 2015 quisemos dar credibilidade ao mercado. Fizemos em condições difíceis em 2018 e reembolsámos o anterior, e agora quisemos passar essa mensagem de que vamos reembolsar o anterior sem estarmos dependentes desse dinheiro”, referiu.