“Precisamos voltar à volta anterior, não pode ser”, dizia Toto Wolff, diretor da Mercedes. “Isto chama-se uma corrida de carros”, respondeu Michael Masi, diretor de corridas da Fórmula 1. O ambiente não podia estar mais crispado depois da decisão tomada no final do período de safety car que existiu após o acidente de Latifi mas a história não vai ficar por aqui: a equipa britânica já formalizou os seus protestos junto da FIA e o Mundial de 2021, ganho por Max Verstappen, acabou com uma decisão na secretaria.

Um final épico, uma volta para a história, a corrida que todos merecíamos: a primeira página de Verstappen apagou a oitava de Hamilton

“A Mercedes protestou ‘contra a classificação estabelecida no final da Competição’, relativamente a duas alegadas quebras dos Artigos 48.8 e 48.12 do Regulamento Desportivo da FIA”, confirmou a F1.

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O primeiro protesto já foi recusado. “Foram considerados os argumentos apresentados por ambas as partes [Mercedes e Red Bull]. Os comissários de corrida determinaram que apesar de o carro 33 ter, num determinado momento, por um breve período de tempo, se adiantado ao carro 44, numa altura em que os dois carros estavam a acelerar e a travar, voltou novamente para trás do carro 33 e não estava à sua frente quando o período de safety car terminou”, explicou a FIA por comunicado. Mais tarde, também o segundo protesto foi recusado, com o título de Max Verstappen a ser confirmado e homologado. Apesar disso, a equipa alemã vai ainda recorrer para o Tribunal de Grande Instância de Paris.

“Não tenho grande coisa a dizer sobre os protestos, acho que acabam por resumir aquilo que foi a época”, tinha comentado Verstappen ao Autosport a esse propósito. “Via que ele estava a ter problemas a aquecer os pneus e tinha mais aderência, por isso consegui ficar bastante perto. Claro que com pneus macios, naquela volta, era claro que tinha mais aderência mas tinha também depois da curva 5, com duas longas retas, onde havia chance de ultrapassagem. Foi tudo muito apertado entre nós”, acrescentara.

De recordar que, após a entrada em cena do safety car a cinco voltas do final no seguimento do aparatoso de Latifi após a curva 14, houve uma primeira indicação para uma ordem de carros que acabou depois por mudar, com Verstappen a recuperar o seu segundo lugar mas colado a Hamilton quando antes tinha 11 segundos de diferença e a aproveitar os pneus novos para arriscar, passar e sagrar-se campeão.

De acordo com a imprensa internacional, a equipa alemã entende que Max Verstappen esteve à frente de Lewis Hamilton na última volta ainda com bandeira amarela, o que está proibido em termos de regulamentos, ao mesmo tempo que critica a decisão que foi tomada em relação aos carros que tinham sido dobrados e não dobrados, que acabou por ser a chave para o neerlandês ganhar vantagem para o ataque final. É que, na primeira indicação, os carros deveriam manter as suas posições, o que deixaria Lando Norris, Fernando Alonso, Ocon, Charles Leclerc e Vettel no meio de ambos, mas essa decisão foi depois invertida com Verstappen, que tinha parado para trocar de pneus, a recuperar o segundo lugar.

George Russell, piloto da Williams que teve um fim de semana discreto e foi a segunda desistência do dia, já veio também colocar-se do lado da futura equipa, a Mercedes (por troca com Valtteri Bottas, que vai para a Alfa Romeo): “Isto é inaceitável. O Max é um piloto fantástico que fez uma época incrível e tenho grande respeito por ele, mas o que aconteceu é absolutamente inaceitável. Não acredito no que acabei de ver”.