Virgílio Lima, que sucedeu a Tomás Correia na liderança do Montepio, venceu as eleições que decorreram esta semana e, de acordo com os números oficiais divulgados já passava das 2h00 deste sábado, será reconduzido como presidente do conselho de administração da mutualista que reúne cerca de 600 mil portugueses. Porém, a Lista A ficou com 15 dos 30 lugares na decisiva assembleia de representantes, ou seja, por pouco não atingiu a maioria absoluta.

Na eleição para o conselho de administração, a Lista A obteve 11.557 votos, uma percentagem de 47,98%. A segunda mais votada foi a Lista D, de Pedro Gouveia Alves, com 5.861 votos, ou 24,33%.

Em terceiro lugar ficou a Lista C, liderada por Eugénio Rosa, com 3.725 votos, ou 15,47%. Em último lugar ficou a Lista B, com 10,11% dos votos, ou seja, 2.434. Houve, ainda, 424 votos em branco e 84 nulos.

Em simultâneo, houve, também a votação para a assembleia de representantes, um novo órgão eleito com o método de Hondt e onde a Lista A, de Virgílio Lima, conseguiu 15 lugares, metade dos 30 disponíveis. A Lista D conseguiu 7 lugares, a Lista C 5 lugares e a Lista B 3 lugares.

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De acordo com a contagem de votos para a Assembleia de Representantes a que o Observador teve acesso, a Lista A, de Virgílio Lima, obteve 11.362 votos (47,31%). Em segundo lugar ficou a Lista D, liderada por Pedro Gouveia Alves, com aproximadamente metade dos votos: 5.818 (24,23%); em terceiro lugar a Lista C, de Eugénio Rosa, com 3898 votos (16,23%) e, em quarto lugar, a Lista B, de Pedro Corte Real, com 2.416 votos (10,06%).

Houve, ainda, 452 votos em branco e 70 nulos, o que soma um total de 24.016 votos expressos.

Montepio. O que o banco recuperar em imparidades vai para os associados da mutualista, diz Virgílio Lima

“Noite feliz”. Virgílio Lima lamenta votação baixa nas eleições

Em comunicado de imprensa da Lista A, Virgílio Lima congratulou-se com a vitória numa “noite feliz”, embora tenha lamentado a “baixa participação” dos associados.

“O número de votos registados esteve longe de corresponder às nossas expectativas”, sublinhou Virgílio Lima, acrescentando que “a expressão eleitoral foi condicionada pela pandemia e pela alteração da metodologia de voto, mas foram disponibilizadas várias modalidades de voto – como nunca no passado –, para que
todos os associados tivessem condições para participar”.

Não nos limitámos às soluções digitais. Mantivemos o voto por correspondência, garantimos votação presencial e assegurámos comunicação esclarecedora em televisão, rádio e imprensa, além de todas as plataformas digitais. Publicámos newsletters, enviámos mensagens SMS, reforçámos o contact center… no propósito
de chegar aos associados, motivando-os para uma manifestação de voto que sabemos tão necessária», reforçou o reconduzido presidente da AMMG, reconhecendo que “todo este esforço não foi o suficiente para a participação associativa que ambicionamos”.

O presidente da Associação Mutualista afirma que tanto o próprio como os restantes membros da lista sentem essa decisão maioritária como ‘uma responsabilidade’ mas, também, como ‘um forte incentivo’ à execução do programa que se propõem implementar e ao cumprimento dos objetivos que se comprometem atingir”.

Lista C reconhece que resultados “ficaram aquém das expectativas”

A terceira lista mais votada, a Lista C saudou “todos os associados que exerceram o seu direito de voto apesar de todas as dificuldades técnicas que existiram no  processo de votação”. “No entanto, não podemos deixar de começar por registar que foram as eleições menos participadas dos últimos anos”, afirmam.

“Um dos fatores que nos levaram a constituir esta lista foi a tentativa de combater o progressivo afastamento dos associados da sua associação”, acrescenta a lista liderada por Eugénio Rosa. “Não conseguimos mobilizar os associados de modo a construir outro caminho para a associação mutualista nestas eleições”, lamenta.

Quanto aos resultados da Lista C, eles “ficaram aquém das nossas expectativas”.

Ainda assim, “os eleitos pela lista C e todos os associados que se reuniram na nossa candidatura assumem o compromisso de fazer crescer e dar voz a este movimento que se constituiu em torno da nossa associação, batendo-nos pela sua moralização, transparência, participação e pela necessidade de construir caminhos capazes de ajudar a salvar o Montepio e construir o mutualismo do séc. XXI”.

Continuamos a acreditar que o mutualismo pode ser uma resposta estrutural aos principais problemas da vida dos associados e do país, e que o Montepio Geral Associação Mutualista deve ser a sua força motriz”.

Lista B lamenta “brutal abstenção”

A quarta lista mais votada diz que “a grande ilação que retiramos dos resultados é a brutal abstenção, 95%, o que diminui drasticamente a legitimidade de quem ganhou”.

A afluência às urnas, de cerca de 5%, revela um enorme afastamento dos Associados em relação à Mutualista. Um afastamento que tem responsáveis, que são quem geriu a instituição nos últimos 20 anos! E as autoridades que foram complacentes com essa gestão.”

A Lista B, liderada por Pedro Corte Real, diz que “é preciso mudar isso. Dentro das nossas possibilidades, vamos continuar a trabalhar para mudar isso”.

Agradecendo aos membros da lista e aos associados que votaram, Pedro Corte Real cumprimentou Virgílio Lima e a Lista A “pela vitória e desejo que consigam reconstruir o Montepio e salvar esta instituição”.

Esta notícia será atualizada com uma reação da Lista D, caso ela seja partilhada com o Observador.