André Peralta Santos, ex-diretor de Serviços de Informação e Análise da Direção-Geral da Saúde (DGS), escreveu este domingo na rede social Twitter que Portugal está a “cometer os mesmos erros do Natal passado” e que, se tudo continuar igual, o país “só fará um reforço de medidas não farmacológicas a 3 de janeiro, duas semanas depois do Reino Unido e da Dinamarca”. E defende que é necessário adotar mais medidas restritivas antes do Natal.

Esta manhã, o ministro da Saúde britânico Sajid Javid não descartou a possibilidade de medidas adicionais ainda antes do Natal, com o presidente da Câmara de Londres a dizer que restrições como distanciamento social e limites nas reuniões familiares são “inevitáveis”. A Dinamarca, foi um dos países europeu que impôs medidas rígidas contra a nova variante, com teatros, cinemas e parques de diversões a fechar as portas no próximo mês. Também a Holanda já está em confinamento desde domingo.

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André Peralta Santos lembrou no Twitter que, durante as próximas duas semanas, acontecem “dois eventos de elevado risco de transmissão”, referindo-se ao Natal e à Passagem de Ano.

Para diminuir o risco de voltarmos ao caos hospitalar de janeiro de 2021 é necessário implementar já algo semelhante ao que a Dinamarca fez. Encerrar sítios onde há risco de super spreading (bares, discotecas, espetáculos), limitar lotações de espaços públicos. Com apoios públicos”, continuou.

Para Peralta Santos, “o risco que corremos é de um janeiro com níveis de doença na comunidade muito elevados e pressão muito elevada nos hospitais com degradação da qualidade e acesso a cuidados não Covid”.

O ex-membro da DGS lembrou ainda que “no ano passado decidimos aliviar restrições no Natal e pagámos caro essa decisão com um janeiro de 2021 de má memória”. “Este ano temos de voltar a tomar uma decisão (já).”

André Peralta Santos esteve no cargo por um ano e saiu em setembro de 2021 para acabar o doutoramento nos EUA— saiu com uma “sensação de dever cumprido”, como já antes escreveu o Observador. Foi uma das figuras da Direção-Geral da Saúde nas reuniões do Infarmed e um dos especialistas a trabalhar os números e relatórios da pandemia de Covid-19 para a instituição. Tinha sido nomeado, em regime de substituição, a 3 de setembro de 2020.