A FDA (Food and Drug Administration) — entidade federal responsável pela proteção e promoção da saúde pública — aprovou o primeiro fármaco injetável para a prevenção do VIH, lê-se no comunicado publicado no site do organismo esta segunda-feira.
O novo medicamente, chamado Apretude, é administrado em forma de injeção, a cada dois meses, surgindo em alternativa aos compridos diários de prevenção do VIH.
Como avança a NBC, dois testes elaborados pela FDA de análise à segurança e eficácia deste novo medicamento, demonstraram que o Apretude combate mais eficazmente o VIH e a sua transmissão, do que os comprimidos diários. A eficácia superior do Apretude é justificada pelos especialistas pela maior adesão aos tratamentos, uma vez que é administrado apenas a cada dois meses, ao invés da alternativa diária.
“A aprovação dá-nos uma importante ferramenta de combate à epidemia do VIH, ao oferecer uma opção de prevenção que não envolve tomar um comprimido diário”, disse a diretora do departamento antiviral da FDA, Debra Birnkrant, em comunicado. “Esta injeção, dada a cada dois meses, será crítica para o combate da epidemia nos EUA, assim como para ajudar indivíduos de alto risco cuja adesão aos tratamentos tem sido um desafio, ou uma opção não realista.”
Espera-se que o novo fármaco — desenvolvido pela ViiV Healthcare, empresa adquirida pela GlaxoSmithKline — aumente a adesão ao tratamento de prevenção. Em 2019, segundo dados do CDC (Centro para o Controlo e Prevenção de Doenças), 285 mil pessoas fizeram o tratamento em causa nos Estados Unidos, sendo a grande maioria homens homossexuais e bissexuais.
O Apretude foi estudado num dos testes clínicos de VIH mais diversos e extensos até à data, incluindo o maior número de mulheres transgénero e de homens negros que um teste de prevenção de VIH já registou”, concluiu.
Ainda de acordo com o CDC, homens que têm relações sexuais com outros homens perfizeram 66% de todos os novos diagnósticos de VIH nos EUA, em 2019. Quando analisados mais minuciosamente, os dados revelam ainda que afro-americanos totalizaram 42% de todos os novos diagnósticos em 2019.
Kenyon Farrow, diretor da PrEP4All, uma organização que luta pelo aumento da prevenção e tratamento do VIH, afirma: “Estamos definitivamente satisfeitos de ver a FDA aprovar outro meio de prevenção da doença.”
Porém, Farrow teme que a implementação desta nova opção demore anos até se tornar uma opção viável para a maioria da população.