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Almirante Mendes Calado: "Deixo a Marinha não por vontade própria"

Este artigo tem mais de 2 anos

O almirante Mendes Calado foi esta quinta-feira exonerado do cargo de Chefe do Estado-Maior da Armada pelo Presidente da República.

O Chefe do Estado-Maior da Armada, almirante Mendes Calado, fala durante a sua audição perante a Comissão de Defesa Nacional, no âmbito da relevância da missão das Forças Armadas no combate à pandemia da covid-19 e do possível impacto desta crise sanitária nas missões da Marinha, na Assembleia da República, em Lisboa, 28 de abril de 2020. MIGUEL A. LOPES/LUSA
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Almirante Mendes Calado será substituído no cargo por Henrique Gouveia e Melo

MIGUEL A. LOPES/LUSA

Almirante Mendes Calado será substituído no cargo por Henrique Gouveia e Melo

MIGUEL A. LOPES/LUSA

Mendes Calado, Chefe do Estado-Maior da Armada esta quinta-feira exonerado, afirmou que deixa a Marinha “não por vontade própria”, assegurando que “até ao último momento” manteve a “mão firme no leme” porque é isso que “mares agitados” exigem.

Foi uma honra ter sido o vosso comandante. Falta-me tempo e palavras para expressar tamanha gratidão. Deixo a Marinha não por vontade própria pois os que me conhecem não entenderiam que abandonasse o leme da nossa Marinha depois de tanto resistir ao temporal que nos assolou nos últimos tempos”, afirmou Mendes Calado num vídeo publicado no Facebook oficial da Marinha.

De acordo com o CEMA exonerado — que será substituído no cargo por Henrique Gouveia e Melo — “mares agitados exigem mão firme no leme”, garantindo que foi o que procurou “fazer até ao último momento”.

Segundo a nota do Palácio de Belém, Marcelo Rebelo de Sousa “depois de receber o Senhor Almirante CEMA, e tendo em consideração a que haverá, muito em breve, legislação orgânica sobre o Estado-Maior-General e os três ramos das Forças Armadas — significando um novo ciclo político e funcional –, entendeu ser chegado o tempo de proceder à referida exoneração”.

Desta forma, antecipa-se “alguns meses o termo do segundo mandato”, o que vai ocorrer “de acordo com disponibilidade manifestada” por Mendes Calado, referia a mesma nota.

No mesmo vídeo, Mendes Calado afirma ter sido “uma honra e um privilégio ter liderado e aprendido tanto” com todos os que com ele se cruzaram durante os 47 anos de serviço à Marinha.

Procurei sempre liderar pelo exemplo, de plena dedicação e grande entusiasmo, com a nobre missão de servir Portugal e os portugueses”, afirmou.

Na hora da saída, o CEMA exonerado assegura ter “confiança numa Marinha resiliente, capaz de ultrapassar todos os desafios, focada no horizonte, espreitando o futuro e ajudando a construí-lo com inovação para continuarmos a cumprir Portugal com brio e orgulho, continuando a valorizar as pessoas e a condição militar”.

“Exorto-vos que continuem como sempre: coesos, disciplinados, corajosos e sempre a honrar a nossa divisa ‘Talant de bien faire’ [vontade de bem fazer]. A pátria honrai que a pátria vos contempla e a pátria é o nosso grande desígnio”, pediu.

Mendes Calado espera “bons ventos e mares de feição e que a estrela da sorte guie sempre as missões da Marinha e proteja todos os seus homens e mulheres”, despedindo-se com uma frase emotiva: “até sempre, levo-vos no coração”.

Marcelo condecora e agradece desempenho do almirante Mendes Calado

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, anunciou esta quinta-feira a condecoração de Mendes Calado e agradeceu o empenho enquanto Chefe do Estado-Maior da Armada, no dia em que aceitou a proposta do Governo para o exonerar.

No mesmo dia, ao final da tarde, através de uma nota na página da Presidência da República, foi anunciado que Marcelo Rebelo de Sousa “vai nomear Chefe do Estado-Maior da Armada o Senhor Vice-Almirante Henrique de Gouveia e Melo e promovê-lo ao posto de Almirante”. A posse está marcada para segunda-feira, dia 27.

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