O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) manifestou-se esta quinta-feira pesaroso pelo naufrágio de terça-feira próximo da ilha grega de Folegandros, que pode ter custado a vida a dezenas de refugiados e converter-se no pior do ano.

Num comunicado, a ACNUR afirma a sua “profunda tristeza” pelo naufrágio de uma embarcação que transportava entre 30 e 50 migrantes, tendo sido resgatados apenas 13 e encontrados três corpos sem vida.

Os 13 sobreviventes, incluindo um homem que foi encontrado com vida um dia depois do naufrágio, foram transportados para a ilha grega de Santorini, onde se encontram a receber tratamento. Embora prossigam as operações busca e salvamento, a cargo da Guarda Costeira grega, teme-se que não se consiga encontrar mais sobreviventes, salientou o ACNUR.

“O naufrágio é uma recordação dolorosa das pessoas que continuam a embarcar em viagens perigosas para ir à procura de segurança”, afirmou Adriano Silvestri, representante do ACNUR em Atenas.

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“Estas mortes trágicas podem ser evitadas, por exemplo, através da criação de vias regulares e seguras, conseguindo-se, assim, que os migrantes não tivessem de recorrer aos traficantes”, acrescentou Silvestri. O ACNUR estima que, desde janeiro até finais de novembro, mais de 2.500 pessoas morreram ou desapareceram no mar na tentativa de chegar à Europa.

Entretanto, fontes da organização humanitária alemã Sea Eye anunciaram esta quinta-feira que os 214 migrantes resgatados em águas do mar Mediterrâneo vão desembarcar na cidade italiana de Pozzallo (Sicília) após receberem autorização das autoridades locais.

Segundo disseram à agência noticiosa espanhola EFE fontes da ONG alemã, o navio, o Sea Eye 4, que aguardava há cinco pela autorização para atracar num porto seguro e que estava ancorado ao largo da costa de Porto Empedicle, chegará a Pozzallo “provavelmente às primeiras horas de sexta-feira”.

Até agora, três navios de diferentes ONG, com cerca de 800 migrantes resgatados no Mediterrâneo central, aguardam no mar há vários dias, no meio a condições climáticas adversas, que países da região os autorizem a atracar num porto para desembarcar os migrantes.

O Sea Eye 4 estava à espera de um porto há cinco dias, após Malta ter recusado autorizar o desembarque. Por outro lado, o navio Ocean Viking, da ONG SOS Mediterranée, com 114 homens, mulheres e crianças que partiram há vários dias na Líbia, ainda aguarda por um porto,

O navio com mais migrantes a bordo é o Geo Barent, dos Médicos Sem Fronteiras (MSF), que transporta 458 e também aguarda que seja indicado um local seguro no continente para onde os transferir.