Poucas vezes a expressão “entrar a ganhar num clássico” teve tanto significado quanto esta quinta-feira e a forma como é aplicada ao FC Porto-Benfica (3-0), que aconteceu no Estádio do Dragão. Com três remates certeiros em meia hora, os azuis e brancos decidiram cedo o jogo e, com Sérgio Conceição na bancada, foi novamente o treinador adjunto Vítor Bruno a assumir os comandos, pela sexta vez, com seis triunfos. O FC Porto não poderia entrar melhor e essa ideia vinha já trabalhada do Olival.
“A partir do momento em que começámos a fazer a análise detalhada e minuciosa do nosso adversário, que é um adversário com muita qualidade, percebemos que era importante fazer emergir o nosso melhor traje competitivo e injetar uma entrada a alta rotação. Estivemos cheios de intencionalidade tática, com bola, sem bola. Nunca especulámos com o jogo, nem deixámos correr. Foi a mensagem que foi passada”, começou por dizer Vítor Bruno na flash interview da Sport TV, acrescentando que os seus jogadores foram “muito fortes com e sem bola”.
Partindo dessa ideia, analisou como o FC Porto “limitou muito aquilo que era o jogo do Benfica, castrando os alimentadores de jogo ofensivo”. “Com bola procurámos ser muito verticais, que é um bocadinho o apanágio da nossa equipa, e procurámos atalhar ao máximo os caminhos para a baliza adversária. Sabíamos que essa era uma forma de os poder ferir e os jogadores interpretaram na perfeição, nunca se desviaram um milímetro do guião traçado em conjunto com eles e por isso estão de parabéns”, frisou, destacando ainda que a equipa podia ter feito “mais golos” porque criou o “suficiente”, mas que mais importante foi a “forma como a equipa abordou o jogo e nunca se desligou dele”. “Defensivamente fomos perfeitos”, disse ainda, sobretudo acerca de uma segunda parte em que os dragões jogaram com menos um homem (Evanilson foi expulso no final do primeiro tempo).
Assim, já aos microfones da CNN Portugal/TVI, Vítor Bruno disse que na “segunda parte foi preciso reajustar e fechar a largura porque o Benfica ao mudar para 4x4x2 com dois avançados havia a necessidade de proteger”. E aí, nesse departamento, até elegeu alguém que costuma estar mais virado para a frente: Luis Díaz. “[Díaz] Fez muito bem a sua função de olhamos para o génio do jogador e esquecemos a missão tática individual, que foi perfeita”, disse, sobre o ala esquerdo de uma equipa de “jogadores que foram enormes em sofrer”.
Para a semana, dia 30 de dezembro, há novo clássico no Dragão, mas para a Primeira Liga, o que “não ensina nada, porque vai requerer o trabalho semanal habitual e a análise”: “Esta vitória é importante mas acaba aqui, não é mais do que isso. É uma vitória que nos permite estar na próxima fase da competição. Agora, percebemos que daqui a sete dias o jogo vai ser completamente diferente. Este acabou hoje e certamente dia 30 será diferente, com uma equipa do outro lado com vontade de vir aqui fazer um resultado completamente diferente”.