Seis golos, nove grandes penalidades convertidas, uma alteração que fez toda a diferença. Quando Anfield recebeu o jogo dos quartos da Taça da Liga entre Liverpool e Leicester, Jürgen Klopp optou por promover várias alterações no conjunto habitual em particular na frente de ataque que não contava com Salah, Mané e Diogo Jota. No entanto, e para bem dos reds, havia Diogo Jota no banco. E foi com o português que a equipa da casa conseguiu ainda chegar ao empate, vencendo depois nas grandes penalidades. “Claro que as alterações ao intervalo ajudaram. Quando podes lançar alguém como o Diogo Jota na forma em que está atualmente, claro que ajuda”, admitiu Jürgen Klopp, em mais um rasgado elogio ao português.

Diogo Jota ajuda Liverpool a qualificar-se para as meias da Taça da Liga inglesa

O avançado é muito provavelmente aquele internacional lá por fora que menos dá nas vistas mas que mais números consegue depois atingir, ou não tivesse sido eleito o Melhor Jogador de novembro pelo Sindicato dos Jogadores. Por exemplo, nos últimos três encontros que realizara pelo Liverpool marcara outros tantos golos e era já o segundo melhor marcador da Premier League apenas atrás do seu companheiro de equipa Mo Salah, levando dez dos 12 golos esta temporada na Liga em 17 partidas (22 no total). Se a época inicial em Anfield foi uma agradável surpresa pela forma como conseguiu chegar do Wolverhampton e entrar numa equipa que tinha um trio atacante intocável, a presente era mais uma “confirmação”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Diogo Jota é bem mais do que “uma pessoa adorável”: português marca golo 10.000 do Liverpool e dá vitória a Klopp

“O Diogo é o pacote completo. Lembro-me quando o vi a jogar pela primeira vez de pensar que ele podia ser meu jogador por ser muito intenso em todos os momentos do jogo. Tecnicamente estava a um nível muito alto mas marcava a diferença pela atitude e foi isso que me entusiasmou mais em adicionar o Diogo à nossa equipa. A nível de personalidade é um miúdo incrível, muito inteligente e bem estruturado. Tudo isto revelou ser muito interessante para o Liverpool e era claro que ele ia dar os próximos passos na carreira connosco”, comentou no início do mês o treinador alemão, destacando ainda o aumento do killer instinct do avançado, bem mais letal nos golos do que tinha acontecido em 2020/21.

Diogo Jota passou a manhã a jogar PlayStation, deixou o comando para ir jogar na vida real e acabou a bisar à tarde

Se o português já tinha conseguido assumir um papel de relevo na equipa, deixando quase sempre Firmino no banco quando Klopp opta pelo 4x3x3, a CAN vai ser um problema tão grande ou maior do que o denso calendário que todas as equipas inglesas enfrentam nas próximas semanas pela ausência de Salah, Mané ou Matip, entre outros. No entanto, ainda antes dessa partida de algumas das unidades mais importantes da equipa, o Liverpool acabou por deixar três pontos em Leicester antes da deslocação a Londres para defrontar o campeão europeu Chelsea naquele que foi o primeiro jogo da temporada em que a equipa não conseguiu marcar apesar das muitas tentativas flagrantes sobretudo no primeiro tempo. Desde abril que o conjunto de Anfield não ficava em branco, março contando só com a Premier League.

https://twitter.com/Watch_LFC/status/1475916167009165323

Os reds entraram melhor, criaram situações de bola corrida e parada e beneficiaram mesmo de uma grande penalidade ganha e transformada por Salah, que permitiu  defesa a Kasper Schmeichel, atirou na recarga de cabeça à trave e falhou uma nova recarga (15′). O egípcio teria pouco depois mais uma ameaça à baliza dos foxes mas o nulo mantinha-se e com Jamie Vardy, que tocou na bola apenas dez vezes ao longo dos 45 minutos iniciais, a ameaçar também Alisson antes de assistir Maddison para mais uma boa chance (38′). Jota apareceria só nos descontos, tentando também a sua sorte que não evitou o nulo ao intervalo.

O segundo tempo começou com o Liverpool praticamente instalado no meio-campo contrário, com muita posse sem conseguir furar a muralha defensiva do Leicester e mais uma oportunidade flagrante falhada por Sadio Mané, sozinho na área após assistência de Diogo Jota (55′). Brendan Rodgers tentava refrescar o seu ataque para voltar a ter capacidade de esticar a equipa e o resultado foi quase imediato, com Lookman a entrar para inaugurar o marcador num lance em que a defesa visitante foi mal batida (59′). Mesmo sem tanta qualidade como na primeira parte, o conjunto de Klopp continuou a tentar, criou perigo de bola parada por Diogo Jota (82′) e Van Dijk (85′) mas não conseguiu impedir a segunda derrota da época.