O piloto de Fórmula 1 Lewis Hamilton tem um lugar vago na sua garagem, pois o espaço que antes era ocupado pelo Pagani Zonda está agora livre. Segundo o The Zonda Registry, o sete vezes campeão do mundo de F1 decidiu vender o desportivo que possuía desde 2014 e que, inclusivamente, foi especialmente personalizado para o ás das pistas. Ora, Hamilton terá desembolsado à época cerca de 1,6 milhões de libras nesta aquisição, com os especialistas a estimarem que a venda desta unidade terá sido efectuada por um valor cinco vezes superior – qualquer coisa como 10 milhões de euros.

A contribuir para a tremenda valorização deste Pagani está, obviamente, o facto de ter tido como único dono uma “lenda” da Fórmula 1 e, para mais, Hamilton fez questão de configurar o seu Zonda, do esquema cromático à fibra de carbono em diversas partes da carroçaria, passando pela própria caixa manual. Isto porque, de acordo com declarações do piloto britânico ao jornal Sunday Times, em 2018, Hamilton não gostava da versão com caixa automática Tiptronic. Lewis fez ainda questão de alterar a denominação do modelo que, ao invés de se chamar Zonda RS, passou a ostentar as iniciais do nome do piloto.

Entre a colocação da encomenda e a recepção do coupé, Hamilton teve de esperar dois anos. O Zonda LH foi-lhe entregue em 2014 e, desde então, o piloto foi visto algumas vezes a passear-se nele pelas estradas do Mónaco. Mas andava pouco neste Pagani super especial, como o prova o facto de o odómetro marcar menos de 1000 km, ao fim de sete anos nas mãos de Hamilton. E isso explica-se por uma espécie de relação de amor/ódio. Por um lado, o Zonda LH era um dos favoritos da sua colecção e tinha “o melhor sistema de som”, por outro, era “péssimo de conduzir”, conforme criticou abertamente o piloto.

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A extrema valorização do Zonda LH encontra ainda justificação no facto de a Pagani só ter construído cinco Zonda 760S, um dos quais roadster. As restantes quatro unidades, onde se inclui a que Hamilton terá agora alienado, eram coupés. Todos eles contam com um V12 Mercedes-AMG de 7,3 litros, naturalmente aspirado, a debitar 760 cv às 8000 rpm. O que pertencia a Hamilton está acoplado a uma caixa manual de seis velocidades e, tal como os restantes, tem a capacidade de atingir 350 km/h, depois de cumprir o sprint de 0 a 100 km/h em menos de 3 segundos.

Acredita-se que esta venda pode ter sido motivada pelo facto de Hamilton se mostrar cada vez mais preocupado com a tónica “verde” das suas opções, em termos ambientais. Ainda assim, o piloto continua a manter outros superdesportivos que pouco se enquadram numa mentalidade com preocupações em favor de uma melhor qualidade do ar que se respira, como o Ferrari LaFerrari ou o McLaren P1. São dois modelos brutais que, apesar de serem híbridos, têm emissões de CO2 de respectivamente 330 e 194 g/km (NEDC) – ou seja, mais do triplo e mais do dobro da actual barreira média dos 90g pela qual se têm de reger os construtores, para respeitar as imposições antipoluição estipuladas por Bruxelas.

Certo mesmo é que, apesar de se ter despedido de uma bomba como o Zonda, Hamilton deverá em breve poder desfrutar de uma máquina tecnicamente superior, o Mercedes-AMG One. Isto se não houver mais derrapagens no lançamento do hiperdesportivo alemão com tecnologia da F1.