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Muitos não fazem 166 golos numa carreira, ele já leva 166 "vítimas" diferentes: Ronaldo marca e assiste no regresso às vitórias do United

Este artigo tem mais de 2 anos

Manchester United marcou numa parte tantos golos como nos três primeiros encontros na Premier com Rangnick, ganhando sem Bruno Fernandes o primeiro de três jogos em Old Trafford com o Burnley (3-1).

Ronaldo voltou a festejar um golo na Premier League depois de ter ficado em branco na deslocação a Newcastle
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Ronaldo voltou a festejar um golo na Premier League depois de ter ficado em branco na deslocação a Newcastle

Getty Images

Ronaldo voltou a festejar um golo na Premier League depois de ter ficado em branco na deslocação a Newcastle

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É quase um paradoxo mas nem por isso deixa de ser verdade. A nova era do Manchester United com Ralf Rangnick no comando da equipa até ao final da temporada (pelo menos foi esta a ideia apresentada) não teve propriamente muitos golos, longe disso, mas encontrou o seu melhor período nos 45 minutos iniciais da receção ao Crystal Palace apesar do nulo ao intervalo. Fred, mais tarde, marcaria o golo do triunfo antes de um empate com uma espécie de equipa B diante do Young Boys com tudo resolvido e de um triunfo “a ferros” diante do Norwich com um penálti de Ronaldo. Seguia-se, no início da semana, o Newcastle.

Cavani foi um penso rápido, Ronaldo não serviu de antibiótico e a ferida continua aberta: United volta a tropeçar na Premier League

Depois de uma paragem de duas semanas devido a um surto que obrigou mesmo o clube a fechar todas as instalações alguns dias, a forma como os red devils apareceriam em campo era uma incógnita sobretudo no plano físico. No entanto, e no final do empate com um golo de Cavani no segundo tempo, o que sobrou foi a falta de ideias, de ligação entre setores e de fio de jogo, bem mais do que a escassez de intensidade. E foi o próprio alemão a assumir que tinha havido um passo atrás na trajetória que estava a ser feita.

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“O Rapha [Varane] não jogava há seis semanas e mesmo antes disso tinha estado lesionado. É verdade que cometeu um erro antes do golo que sofremos em Newcastle mas fora isso esteve bem, tal como o Harry [Maguire]. Não foram excelentes mas o nosso maior problema foi aquilo que permitimos ao adversário a nível de transições, foram demasiadas transições. Isto não é um problema dos centrais, é um problema da equipa a começar lá na frente. Também podemos falar do papel dos números 10 neste tipo de formação. Não faz sentido falar em exibições individuais, temos de melhorar como equipa”, salientou.

“Qualquer treinador quer dar passos mais rápidos e largos para isso mas precisamos de treinar para lá chegar. Tivemos de fechar o centro de treinos de Carrington durante quatro dias e antes disso tínhamos oito ou nove jogadores de campo a treinar. Mas nos dois ou três dias antes do jogo em Newcastle tivemos quase toda a gente e a equipa pareceu estar bem, por isso acabou por ser uma surpresa negativa a forma como jogámos em termos de velocidade, de ritmo e até a condição física”, completou o germânico.

Cá fora, entre os comentadores, as críticas sobraram para dois portugueses, sobretudo Cristiano Ronaldo. “É devastador para os jovens que os dois melhores da equipa [Ronaldo e Bruno Fernandes] olhem para eles como se não fossem suficientemente bons. O Cavani não faz isso, ele está ali para ajudar os jovens jogadores e tem de estar em campo. E, no final, os jogadores têm de ir cumprimentar os adeptos, não importa como jogaram ou o resultado”, referiu o antigo capitão Gary Neville. “És um Greenwood, um Rashford ou um Jadon Sancho, fazes um passe errado ou cruzas mal e tens o Ronaldo a levantar os braços e a mandar vir. Percebo que é um dos melhores jogadores de sempre mas às vezes os jovens precisam de um incentivo quando estão com a confiança em baixo. Parece que neste momento tem sempre tudo a ver com o Ronaldo, o ir para o balneário diretamente só porque não marcou o golo dele… Precisa de ser mais um jogador de equipa”, acrescentou o antigo internacional inglês Gabriel Agbonlahor.

De uma forma quase inevitável, era no número 7 que recaíam todas as atenções na receção do Manchester United ao Burnley, entre algumas notícias que davam conta de uma alegada “falta de química” de Ronaldo com alguns dos seus companheiros. E as coisas nem começaram da melhor forma, com um falhanço pouco habitual isolado na área logo nos minutos iniciais. Depois, tudo mudou. A assistência para o 1-0 até foi quase sem querer, quando parecia estar a preparar a bola para o remate, mas voltou aos golos numa recarga após disparo de McTominay à tarde. Em 15 jogos da Premier League, o português chegou aos oito golos e três assistências, chegando assim pela 17.ª temporada seguida aos dois dígitos no envolvimento em golos. Ainda assim, e mais impressionante, o Burnley foi a 121.ª vítima diferente do capitão da Seleção olhando apenas para clubes, a que se juntam mais 45 seleções num total de 166.

Também por questões físicas, perante o denso calendário das próximas semanas, Rangnick alterou metade da equipa. Nas laterais, Wan Bissaka e Luke Shaw entraram para os lugares de Diogo Dalot e Alex Telles; Matic ocupou a vaga no meio-campo; Jadon Sancho e Cavani foram titulares em vez de Bruno Fernandes (que nem no banco se sentou) e Greenwood. E se é verdade que o encontro nem começou da melhor forma, com duas ameaças iniciais à baliza de De Gea, o Manchester United conseguiu chegar à vantagem logo aos oito minutos com um remate à entrada da área de McTominay após assistência “involuntária” de Ronaldo, que pouco antes tinha feito o que não costuma fazer e falhado quando estava isolado na área.

[Clique nas imagens para ver os golos do Manchester United-Burnley em vídeo]

A equipa estabilizou, teve um remate com muito perigo de Luke Shaw após jogada individual a partir do meio-campo (20′) e conseguiu marcar tantos golos em 45 minutos do que nos primeiros três jogos de Ralf Rangnick, com Jadon Sancho a conseguir ganhar espaço na área após grande envolvimento e a rematar cruzado para o 2-0 (embora o golo fosse atribuído a Ben Mee, defesa que tocou ainda na bola, 27′) e Ronaldo a aproveitar um remate à trave de McTominay para aumentar a vantagem para 3-0 (35′). Aaron Lennon, num lance em que a defesa dos visitados abriu uma autêntica cratera para o criativo do Burnley conseguir entrar na área e atirar rasteiro sem hipóteses para David de Gea antes do intervalo (38′).

A segunda parte teve menos pontos de interesse, pela gestão que o United foi fazendo do resultado e pela incapacidade que o Burnley teve para criar oportunidades que permitissem reduzir a desvantagem e reentrar no encontro. A história da partida tinha ficado contada no primeiro tempo, apesar de algumas boas combinações entre Ronaldo e Cavani que também não tiveram depois resultados práticos, de um remate colocado de McTominay para defesa de Hennessey e de um cabeceamento de Ben Mee em frente à baliza após cruzamento de Ashley Westwood que poderia ter outra conclusão.

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