A Organização Mundial da Saúde diz que ainda não é o momento de tratar a Covid-19 como uma gripe normal, uma vez que a doença ainda está associada a uma grande incerteza.

Numa conferência de imprensa na terça-feira, uma das principais responsáveis da OMS para a Europa, Catherine Smallwood, disse que “ainda não estamos no momento de classificar” a Covid-19 como “endémica”.

A posição da OMS surge depois de o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, ter dito que estão reunidas as condições para, de modo gradual, começar a olhar para a Covid-19 como uma gripe, uma vez que a sua letalidade baixou consideravelmente.

A estratégia espanhola tem vindo a ser preparada por especialistas e passa por um sistema de “sentinela”. Por um lado, deixa de ser feita a contabilização diária dos casos e abandona-se a intensidade da testagem. Por outro lado, uma equipa médica a nível nacional analisa amostras da população para ir rastreando a difusão do coronavírus no país, bem como a gravidade da doença. Desse trabalho de estudo poderá surgir, depois, a necessidade de voltar a impor medidas restritivas.

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Sistema “sentinela”: Espanha quer tratar Covid-19 tal como a gripe

Porém, a OMS considera que ainda é cedo para adotar esse tipo de sistemas e para passar a classificar a Covid-19 como uma doença endémica.

“Ainda temos uma grande quantidade de incerteza e um vírus que está a evoluir rapidamente, o que nos coloca novos desafios. Não estamos, certamente, no momento em que podemos chamar-lhe endémico“, disse Smallwood.

“Poderá tornar-se endémico no devido tempo, mas apontar isso para 2022 é um pouco difícil para já”, acrescentou.

Na mesma conferência de imprensa, o diretor regional da OMS para a Europa, Hans Kluge, admitiu que a variante Ómicron se está a disseminar rapidamente pelo continente europeu e que, “a este ritmo”, se estima que “mais de 50% da população” europeia “seja infetada com Ómicron nas próximas seis a oito semanas”.