A cantora irlandesa Sinéad O’Connor foi hospitalizada esta quinta-feira depois de escrever perturbadoras mensagens no Twitter, onde assumiu a culpa pela morte do filho Shane, de 17 anos, que no passado dia 7 foi encontrado morto, depois de conseguir fugir do hospital onde estava internado, a braços com problemas de saúde mental.
“Decidi seguir o meu filho. Viver sem ele não tem sentido. Tudo aquilo em que eu toco, estrago. Só fiquei por ele. E agora ele partiu. Destruí a minha família. Os meus filhos não querem conhecer-me. Sou uma pessoa de merda. E vocês todos só pensam que eu sou simpática porque consigo cantar. Não sou”, começou por escrever a cantora, de 55 anos, naquele que foi o primeiro de uma série de tweets.
https://twitter.com/OhSineady/status/1481639622111158277
Pouco mais de uma hora depois, a cantora voltou a escrever, para pedir desculpas e anunciar que estava na companhia da polícia, a caminho do hospital, mas voltou a reiterar a vontade de morrer. “Lamento ter preocupado toda a gente. Estou perdida sem o meu filho e odeio-me. O hospital vai ajudar-me durante um tempo. Mas eu vou encontrar o Shane. Isto é apenas um atraso.”
https://twitter.com/OhSineady/status/1481659387554971648
A cantora, celebrizada nos anos 1990 pela música “Nothing Compares 2U”, é mãe de Jake Reynolds, de 34 anos, de Roisin Waters, de 25, e de Yeshua Bonadio, de apenas 15.
Diagnosticada com distúrbio bipolar, distúrbio de stress pós-traumático e distúrbio de personalidade borderline, a cantora revelou no ano passado, nas suas memórias, que em 2015, após ter sido submetida a uma histerectomia para tratar a endometriose de que sofria conheceu a fase mais grave das doenças mentais que a acometem, tendo passado os anos que se seguiram a entrar e sair de clínicas psiquiátricas.
Sinead O’Connor critica autoridades irlandesas após morte do filho de 17 anos
Mental é uma secção do Observador dedicada exclusivamente a temas relacionados com a Saúde Mental. Resulta de uma parceria com a Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD) e com o Hospital da Luz e tem a colaboração do Colégio de Psiquiatria da Ordem dos Médicos e da Ordem dos Psicólogos Portugueses. É um conteúdo editorial completamente independente.
Uma parceria com:
Com a colaboração de: