A segunda versão do orçamento da Câmara de Grândola (CDU) para este ano, de 34 milhões de euros, foi aprovada pela Assembleia Municipal, graças à abstenção da bancada da coligação PSD/CDS-PP, que tinha chumbado a primeira versão.
O novo orçamento, com o mesmo valor do primeiro, foi aprovado na sexta-feira pela Assembleia Municipal de Grândola, no distrito de Setúbal, com os votos a favor dos 12 eleitos da CDU, contra dos 11 do PS e a abstenção dos dois da coligação PSD/CDS-PP, que permitiu viabilizar o documento, disse este sábado à agência Lusa o presidente do município, o comunista António Figueira Mendes.
Segundo o autarca, a segunda versão inclui “uma clarificação” das verbas relativas a apoios a atribuir aos bombeiros, às juntas de freguesia e às instituições particulares de solidariedade social do concelho, as quais, segundo as bancadas do PS e da coligação PSD/CDS-PP na Assembleia Municipal de Grândola, “não estavam muito claras” na primeira versão.
Os membros da bancada do PS voltaram a votar contra, mas os da coligação PSD/CDS-PP “entenderam que a clarificação era suficiente e abstiveram-se”, frisou.
No passado mês de dezembro, a primeira versão do orçamento tinha sido aprovada por maioria na câmara, com votos a favor dos quatro eleitos da gestão comunista e contra dos três vereadores socialistas. Depois, ainda em dezembro, foi chumbada pela Assembleia Municipal, com os votos contra das bancadas do PS e da coligação PSD/CDS-PP e a favor da CDU (12).
Após o chumbo, a gestão CDU apresentou a segunda versão do orçamento, que voltou a ser aprovada por maioria na câmara, com votos a favor dos eleitos comunistas e contra dos socialistas, e, na sexta-feira, pela Assembleia Municipal.
Segundo a Câmara de Grândola, o orçamento aprovado para este ano é superior em mais de três milhões em relação ao de 2021, e está “focado na melhoria da qualidade de vida da população, com uma atenção especial ao atual contexto” de pandemia de Covid-19. O orçamento dá “prioridade” às áreas sociais, como saúde, educação e ação social, habitação e programas direcionados à juventude.
Através do orçamento, o executivo quer “manter a dinâmica na área da cultura e do património, continuar a melhorar os equipamentos educativos, desportivos, o espaço público, arruamentos, estradas, caminhos e infraestruturas básicas”.
O orçamento prevê também a concretização de investimentos municipais “essenciais para captar novos e diversificados” projetos “geradores de riqueza e de postos de trabalho”, refere. Neste sentido, o município destaca a expansão da Zona Industrial Ligeira e o processo de instalação do Parque Logístico de Grândola.
Nos capítulos da coesão económica e da qualidade de vida, indica, a cultura, o desporto, a educação, a juventude e o desenvolvimento social “continuarão a ser áreas prioritárias”. “Além das respostas sociais, importa também encontrar respostas para a construção de habitações a custos controlados, construção de loteamentos municipais para autoconstrução e disponibilização de habitações com rendas acessíveis”, refere.
Nas áreas da regeneração urbana e de reforço dos serviços públicos, o município quer continuar “as obras estruturantes que transitam do ano anterior” e iniciar “um conjunto alargado de novos projetos”.
Entre estes projetos, o município destacou o Parque Urbano Municipal, o edifício da Universidade Sénior, a estrada de acesso à praia de Melides, a Rua Nova em Melides, o espaço lúdico e de lazer de Canal Caveira, os Bairros da Aldeia Mineira do Lousal, a Avenida António Inácio da Cruz e o Largo Zeca Afonso, a Rua D. Nuno Alvares Pereira e o Centro Municipal de Proteção Civil.