Jogo 350, uma Liga dos Campeões, uma Premier League, um Mundial de Clubes e uma Supertaça Europeia. Talvez pudessem ter sido mais mas, apesar disso, os adeptos do Liverpool adoram-no. O regresso a grandes títulos, a grandes jogos e a grandes exibições tem destas coisas. Jürgen Klopp chegou à cidade dos Beatles para mudar as coisas e, como se diria em bom inglês, mission accomplished. Ganhar sempre não é possível mas, além do milagre de Istambul em 2004/2005, quando os reds venceram o AC Milan na final da Liga dos Campeões depois de um 0-3 em 45′, o Liverpool andava bem longe de tudo. Klopp, com a ajuda de grandes jogadores, claro, mudou isso. O jogo 350 surgia então este domingo, em Anfield, frente ao Brentford.

“Estou muito feliz e orgulhoso das coisas que conquistámos até agora, mas, sendo honesto, não penso um segundo sobre isso. É bom, mas são números que não importam muito para mim. Mas claro que 350 é um belo número, melhor que 15 e tchau, disse o alemão na antevisão, mesmo como quem não liga a este tipo de números. E, olhando bem para o que se passa atualmente no Liverpool, provavelmente na pior fase da temporada até agora, é normal que Klopp tenha mais coisas com que se preocupar. Sem ganhar para a Premier League há três jogos e com o Manchester City longe, existiam ainda as ausências de que se falam há tantos dias, devido à Taça das Nações Africanas. Mohamed Salah, Sadio Mané e Naby Keita são os jogadores fora para Klopp. E que ausências.

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“Eles não estão aqui e são jogadores de nível mundial. É assim que é. Sentimos falta deles? Sim. Estamos aqui para encontrar soluções e estou completamente focado em encontrar essas soluções”, afirmou o técnico alemão. E se Mané e Keita são craques, por algum motivo Salah foi nomeado para o top 3 do The Best, prémio entregue pela FIFA ao melhor do ano. Ainda por renovar contrato (termina em 2023), o egípcio tem sido também tema de referência sempre que Klopp aparece frente aos jornalistas: “Assinar um grande contrato não é o mesmo que comprar um smartphone, onde é só preciso assinar uma coisa e está feito. Não acho que haja problema algum, são negociações normais. Há muitas coisas que se tem de ter em consideração”.

Sem Salah e demais craques, era um português o maior goleador do onze inicial do Liverpool frente aos bees: Diogo Jota. Alinhou pela esquerda e é maioritariamente por ali que se mexe e na primeira parte foi o Jota do costume. Bom de bola, muito combativo, muito mexido. Combate e movimentação foram aliás, palavras de ordem no jogo, ou não fosse a Premier League a Premier League, mas rapidamente este se disputou apenas em metade do jogo. Mesmo que o Brentford pudesse ter, em teoria, superioridade no meio-campo, a equipa orientada pelo dinamarquês Thomas Frank viu-se obrigada a recuar.

As duas equipas não se defrontavam em Anfield para o Campeonato desde 1946, na altura com uma vitória da equipa da casa por 1-0, o resultado que se verificava ao intervalo, quando Fabinho, num lance algo estranho, fez o golo em cima do intervalo. Estranho porque, num pontapé de canto, a bola ressaltou no meio da área antes de o médio brasileiro cabecear para golo.

Antes disso, destaque para o minuto 33′, quando Janelt, do Brentford, disparou muito por cima da baliza de Alisson. Destaque porquê? Porque foi o primeiro lance digno de registo das abelhas. Aos 39′, no entanto, após fífia de Matip, Toney rematou ao lado. O Brentford ia subindo e sofreu o golo de bola parada, mas talvez no seu melhor, se é que podemos usar a palavra melhor, momento.

Na segunda parte, pelo menos nos primeiros minutos, o jogo foi um pouco diferente. O domínio estava entregue, claro, mas foi Mbeumo quase a bater Alisson aos 59′. Na resposta, Diogo Jota mostrou o porquê de há muito se ter afirmado num dos melhores conjuntos do mundo, mas acertou no poste (63′). Poucos minutos depois, aos 67′, na cara de Fernandez, o guarda-redes levou a melhor.

Fernandez não teve hipótese, contudo, quando Robertson sacou um cruzamento do lado esquerdo e Oxford-Chamberlain em peixinho marcou de cabeça aos 69′. Aos 76‘, uma prenda absolutamente absurda da defesa do Brentford colocou a bola em Minamino, que toca em Firmino, que toca para Minamino que faz golo e logo em dia de aniversário, o 27.º.

Com a vitória por 3-0, o Liverpool, com menos um jogo, está a 11 pontos do Manchester City e parece complicada a missão de chega ao título inglês, sendo que com o triunfo desta tarde ultrapassa o Chelsea na segunda posição. Os blues, este sábado, foram precisamente derrotados pelos citizens. Klopp não pode descansar, no entanto, porque bem à inglesa, vem já aí o Arsenal, em Londres, a meio da semana, para a segunda mão da meia-final da Taça da Liga. E aí, mais uma vez e felizmente, temos jogo.

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