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Não é sorte, não é dinheiro, não é Covid. A diferença está numa equipa que nunca deixa jogadores como Kevin De Bruyne sozinhos em casa

Este artigo tem mais de 2 anos

Man. City venceu o Chelsea no Etihad e alargou para 13 pontos a vantagem na liderança da Premier League, estando cada vez mais perto de conquistar o bicampeonato. De Bruyne marcou o único golo (1-0).

Manchester City v Chelsea - Premier League
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O médio belga marcou o único golo do jogo já a 20 minutos do fim

Manchester City FC via Getty Ima

O médio belga marcou o único golo do jogo já a 20 minutos do fim

Manchester City FC via Getty Ima

Quando as coisas deixam de correr tão bem, é preciso encontrar justificações. Para o Chelsea, a definição “deixar de correr tão bem” está relacionada com os 10 pontos de distância para a liderança da Premier League, com o segundo lugar que não foi primeiro na fase de grupos da Liga dos Campeões e com uma clara quebra de rendimento nos últimos dois meses. E Thomas Tuchel, na busca por justificações, procurou encontrar respostas para lá da porta ao invés de as procurar dentro de casa. 

Na antecâmara da visita ao Etihad para defrontar o Manchester City, o treinador alemão explicou que os citizens conseguiram alcançar os tais 10 pontos de vantagem porque “não sofreram com a Covid-19” como aconteceu com os blues. Ora, sem as já habitualmente escassas papas na língua, Pep Guardiola respondeu ao colega de profissão e lembrou o óbvio: nas últimas semanas, o City teve mais de 20 casos positivos entre jogadores, equipa técnica e staff, incluindo o próprio técnico catalão.

“É o que já disse anteriormente: a situação está espalhada pelo mundo inteiro. Tivemos lesões, tivemos casos de Covid. Podemos não dizer que jogadores estão infetados — por respeito aos jogadores, o clube não o faz — mas tivemos muitos jogadores e elementos do staff a testarem positivo e no início da temporada tivemos muitas lesões duras. O que é que posso dizer? Se eles acham que temos sorte, ok, temos sorte. Obrigado. Não sei mesmo o que é que posso dizer. A pandemia está espalhada pelo mundo inteiro, o vírus está por todo o lado. Estamos expostos a cada minuto que passa e não existem exceções. Se eles acham que a Covid justifica a vantagem, então talvez justifique. Talvez. Às vezes é o dinheiro que temos, às vezes é a Covid. Já não sei”, atirou Guardiola, claramente incomodado com a linha de argumento de Tuchel.

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Independentemente de testes positivos ou negativos, algo era factual: à entrada para o confronto deste sábado, o Manchester City levava 11 vitórias consecutivas na Premier League e o Chelsea somava quatro empates nas últimas cinco jornadas. No Etihad, os blues jogavam essencialmente a possibilidade de ainda poderem sonhar com o título; os citizens, por outro lado, jogavam essencialmente a possibilidade de já o terem praticamente conquistado.

Sem Mahrez, que está com a Algéria na CAN, Guardiola apostava em Phil Foden como falso ‘9’ e lançava Sterling e Grealish nas alas, deixando Gabriel Jesus no banco e colocando Bernardo no meio-campo com Rodri e De Bruyne e sem Gündoğan, que era suplente. A grande surpresa no Manchester City era mesmo a ausência de Rúben Dias, que saía do onze inicial para começar no banco e deixava a dupla de centrais entregue a Laporte e Stones. Do outro lado, Tuchel tinha Ziyech e Pulisic no apoio a Lukaku e Kovacic e Kanté na zona intermédia, com Jorginho, Havertz e Werner a serem todos suplentes.

Numa primeira parte disputada a um ritmo não muito alto e sem golos, o Manchester City dominou de forma genérica e expectável: a equipa de Guardiola teve sempre mais bola, esteve sempre a jogar de frente para a baliza adversária e pouco ou nada permitiu ao ataque do Chelsea. Os citizens construíam da forma habitual, com uma paciência que depressa se tornava em velocidade vertiginosa com um único passe vertical, e tentavam obter superioridade numérica no corredor central com as movimentações de De Bruyne e Bernardo. Sterling e Grealish ofereciam largura nos corredores mas a organização defensiva dos blues não permitia grandes desmarcações ou incursões, forçando o City a rondar o último terço de forma consecutiva e sem grandes consequências.

Apesar de não ter feito qualquer remate enquadrado em toda a primeira parte — algo que nunca tinha acontecido com Tuchel na Premier League –, o Chelsea teve mesmo a primeira situação mais perigosa, com Lukaku a aproveitar um erro de Stones para depois procurar assistir Ziyech, que estava em fora de jogo (10′). Os citizens responderam por intermédio do mesmo Stones, que cabeceou para as mãos de Kepa na sequência de um canto (14′), e Grealish teve a melhor ocasião até ao intervalo ao aparecer na cara do guarda-redes após uma perda de bola de Kovacic, com o guardião espanhol a evitar o golo com uma boa defesa (39′).

Nenhum dos treinadores fez substituições ao intervalo e acabou por ser o Chelsea a ter a primeira grande oportunidade, com Lukaku a aparecer em velocidade para obrigar Ederson a uma defesa atenta depois de um passe de Kovacic (47′). O Manchester City voltou para a segunda parte mais desconcentrado, a falhar vários passes e a permitir algum espaço ao adversário, com os blues a aproveitarem para ficar ligeiramente mais confortáveis na partida. Thomas Tuchel fez as primeiras alterações do jogo a 20 minutos do fim e numa fase em que as dinâmicas estavam a ficar tendencialmente mais partidas, com o City a ter mais margem de manobra no último terço e o Chelsea e a precisar de soltar o ataque, e lançou Werner e Hudson-Odoi. Nada, porém, foi suficiente para parar o talento.

Logo depois da dupla alteração, Rodri combinou com João Cancelo na esquerda e o lateral português encontrou De Bruyne num movimento interior: o belga segurou, fugiu a Kanté e atirou de fora de área para o poste mais distante, inaugurando o marcador (70′). Até ao fim, de forma natural, o Chelsea procurou assumir o controlo das ocorrências e instalou-se no meio-campo adversário de forma muito permitida pelo Manchester City, que se limitou a gerir a vantagem.

O Manchester City venceu o Chelsea no Etihad e alargou para 13 pontos a vantagem na liderança da Premier League, dando mais um passo importante na corrida pelo bicampeonato inglês. Thomas Tuchel tentou encontrar justificações na sorte, no dinheiro e até a Covid-19 — mas a grande diferença está na maneira como esta equipa de Guardiola sabe esperar, criar e não perder a paciência até ter condições para não deixar o talento de jogadores como Kevin de Bruyne, que partilha o nome com o protagonista de “Home Alone”, sozinho em casa.

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