Não era suposto ser esta quinta-feira, mas foi. Era suposto ser a segunda mão, foi a primeira. Muita coisa tem mudado a Covid-19 e a eliminatória das meias-finais da Taça da Liga inglesa entre Liverpool e Arsenal, num grande clássico do futebol inglês, aconteceu apenas esta noite. A semana passada, estava planeado que o primeiro jogo ter sido disputado em Londres, mas um surto de Covid na equipa da cidade dos Beatles (até Klopp ficou infetado) resultou no adiamento do jogo e na troca da primeira mão para Liverpool.

No entanto, continuou a ser a Covid-19 um dos destaques da semana nos reds e não exatamente pelos melhores motivos. Klopp, que escapou a uma investigação por parte dos responsáveis do futebol inglês, falou em “falsos positivos” que levaram ao adiamento do jogo com os gunners, mas já veio explicar o que queria dizer: “Estava a falar de testes positivos que recebemos. Quando se pode repetir o teste, por vezes no dia a seguir dá negativo, o que faz com que o primeiro, mesmo que seja PCR, se torne um falso positivo. Nessa situação é preciso um terceiro teste, mas entre o primeiro e o segundo, e depois o segundo e o terceiro, ficamos sem os jogadores, não os podemos por a jogar. Por isso, quando recebemos os primeiros resultados, tivemos de considerar que eram certos. Depois o terceiro teste foi negativo. Foi isto”.

Sobre o jogo, e o Liverpool até venceu o Arsenal por 4-0 em novembro, Klopp afirmou que fazia diferença o jogo disputar-se em Anfield, “sobretudo pelo que o Arsenal tem vindo a fazer em casa”. “Mas agora não podemos mudar isso. Não deu para jogar na última quinta-feira e terá que se assim”, frisou. Sem Mané e sem Salah, ambos na Taça das Nações Africanas (CAN), e tão bem que se notou isso esta noite, o treinador do Liverpool falou sobre uma entrevista dada pelo egípcio, que tem contrato até 2023, em que este abordou a questão de uma possível renovação: “Hoje em dia essas entrevistas são perigosas. Sei o que Mo [Salah] quer dizer e nós queremos que fique. Estas coisas precisam de tempo, não posso mudar isso.Há muitas coisas nas negociações. Um terceiro elemento [agente], mas não há nada que cause preocupação, é um processo normal. Está tudo bem, não está fechado, mas estamos a falar. É um jogador de classe mundial e claro que o queremos manter. Veremos como vai decorrer”.

Casos de Covid-19 no Liverpool provocam adiamento de meia-final frente ao Arsenal. Centro de treinos dos reds está fechado

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“O caráter, a atitude e o ritmo de trabalho são incríveis. É o primeiro a chegar e o último a ir embora. Conhece o seu corpo, ouve os experts e tenta melhorar sempre. Trabalhou muito para chegar onde está”, acrescentou sobre o faraó goleador, que leva 23 golos em 26 jogos.

Do lado do Arsenal, Mikel Arteta abordou a situação de um… ex-Benfica. Na ressaca da eliminação da Taça de Inglaterra, um dos óbvios objetivos da equipa londrina, frente ao Nottingham Forest, falou sobre Nuno Tavares, que foi substituído por volta dos 30′, visivelmente pouco satisfeito com a situação. “Isto acontece no futebol. Estou cá para tomar as decisões certas e obter o melhor desempenho da equipa. Não é agradável tomar estas decisões. Não me dá gosto fazer isto, mas, ao mesmo tempo, estamos aqui para ajudar nossos jogadores”, garantiu.

Sobre o jogo, no qual Cedric foi titular na direita do Arsenal mas saiu nos primeiros minutos devido a uma lesão aparentemente na zona do abdómen, e no qual Diogo Jota jogou na frente do Liverpool, este ficou marcado pela expulsão de Xhaka após falta sobre o avançado português, quando este ia ficar em posição muito perigosa, na cara de Ramsdale, após um passe longo. Foi logo aos 24′ e obviamente que mudou o jogo… que até aos 90′ não teve golos. A destacar há a entrada de Nuno Tavares para os últimos dez minutos, o tal que tinha saído chateado na última (como que chocante) derrota do Arsenal.

E se o Liverpool não chegou ao golo, a última palavra tem de ir para a equipa de Arteta, que com menos um homem nunca desistiu de jogar, apesar de ter sido obrigada a defender muito, claro. Mas frente à falta de definição (Minamino falhou um golo feito, mas mesmo feito, era só encostar, aos 90′) e criatividade do Liverpool, o mérito do Arsenal foi aguentar-se e até chegar à frente várias vezes, criando sustos. E Alisson ainda negou um golo.

Com a intensidade com que jogou, os atletas merecem bem descansar e para a semana vai decidir-se tudo sobre quem vai à final da Taça da Liga. Têm a palavra os artistas na próxima semana no Emirates, em Londres.