O Sporting venceu este domingo com tranquilidade e justiça no campo do Vizela, por 2-0, num encontro em que os primeiros minutos não foram fáceis para os leões. Este triunfo pressiona, nem que seja por uns minutos, o líder FC Porto e deixa ainda mais para trás o Benfica. O treinador dos leões, Rúben Amorim, admite dificuldades nos primeiros dez minutos de jogo, destacando ainda, sobre o campeonato, que mais do que olhar para a frente ou para a cima, há que manter identidade, concentração e intensidade.

Amorim disse que “os primeiros dez minutos foram confusos para a equipa, a perder segundas bolas e a levar com bolas nas costas, algumas até em fora de jogo, o que não deixou a equipa muito tranquilo”. “Nesse momento estávamos a baixar demasiado nessas bolas longas. Depois houve adaptação, acertámos a marcação e principalmente acertámos a pressão. Começámos a controlar, a usar o espaço por fora, a criar oportunidades e depois os golos surgiram naturalmente. Na segunda parte tivemos o controlo do jogo, mas podíamos ter sido mais agressivos. É uma coisa que também temos de melhorar. Tivemos muita bola, chegámos muitas vezes à linha lateral com o Nuno [Santos] e até com o Esgaio. Temos de ser mais incisivos e marcar o terceiro golo para acabar, mas acabou por ser um resultado justo”, começou por dizer na flash interview à SportTV.

O treinador dos leões acertou em cheio na opção de colocar Daniel Bragança no meio-campo do Sporting ao lado de Palhinha e fez questão de começar por dizer que “tem a ver com o dia-a-dia e também com as características do jogo”. “Sabíamos como é que o Vizela jogava, que havia pouco espaço no jogo interior. O jogo estava por fora e o Dani [Bragança]. é muito forte em espaços reduzidos. O Matheus [Nunes] precisa um bocadinho mais de espaço e foi muito por essa ideia. O Dani tem estado sempre bem, o Matheus vem de dois jogos seguidos e temos de ter toda a gente preparada para o que aí vem”, explicou.

Se há algo a que o Sporting de Amorim habitou os adeptos é a sofrer poucos golos, mas sofreu cinco (esta tarde nenhum) nos últimos dois jogos que tinha disputado para o campeonato. Sobre isso, garantiu que “uma equipa tem de sofrer poucos golos”. “Também tem de marcar golos”, disse entre sorrisos, “mas o importante é não sofrer”. “Nós vivemos muito disso. Tem a ver com a concentração, com a intensidade e eles hoje [domingo] foram um exemplo disso. Cumpriram bem, tirando os primeiros dez minutos… talvez agora na segunda parte tivemos alguma displicência com os nossos centrais a saírem a jogar com a bola e a perdermos a bola até facilmente sem grande pressão, mas a concentração deles a defender é muito importante e faz parte do nosso sucesso. Foi assim o ano passado é assim este ano e temos de voltar a esse registo”, garantiu.

Os minutos finais foram muito tensos em Vizela, num lance que começou por envolver Nuno Santos, mas rapidamente se tornou numa confusão geral. Isto, durante o jogo, mas também depois. Para Amorim, “a culpa é de toda a gente”, mas que os jogadores têm de aguentar. “Penso que o Nuno [Santos] disse alguma coisa ao público e quando assim é os jogadores têm de aguentar, mesmo sendo insultados. Faz parte da nossa profissão, por isso é que temos muitas regalias. Foi uma equipa a defender o jogador, não sabendo ao certo se tem razão, pelos vistos não tinha, mas foi isso: uma equipa a defender o seu lado, nós a defender o Nuno. Mas sim, é escusado e há que evitar”, disse.

Nos Açores, na última jornada da primeira volta, o Sporting perdeu a liderança partilhada, mas Rúben quer que a equipa olhe para o seu “nível, não futebolístico, o da identidade”. Referindo que se isso acontecer “equipas como o Santa Clara, com muito valor, bons treinadores…”. “Podemos perder pontos em qualquer campo e é para isso que temos de olhar. “Não olhar tanto para a frente no que vai acontecer, ou não, não controlamos isso, o que controlamos é a nossa forma de estar e temos de sempre iguais porque não somos equipa para deixar andar. Ainda não o somos. Temos de manter os níveis máximos de intensidade e concentração para vencer o maior número de jogos possível”, finalizou.

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