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Não foi a Mão de Deus a fazer o milagre. Foi o pé de Vlachodimos (a crónica do Arouca-Benfica)

Este artigo tem mais de 2 anos

Benfica voltou a jogar pouco, criou pouco e poucas oportunidades mas venceu o Arouca (0-2). E a salvação veio pelo pé de Vlachodimos, que defendeu uma grande penalidade num momento crucial do jogo.

O guarda-redes encarnado cometeu a grande penalidade mas depois defendeu o remate de Basso
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O guarda-redes encarnado cometeu a grande penalidade mas depois defendeu o remate de Basso

LUSA

O guarda-redes encarnado cometeu a grande penalidade mas depois defendeu o remate de Basso

LUSA

As contas, embora cruéis, eram bastante simples. O Benfica entrava para esta jornada a seis pontos do segundo lugar e a nove do primeiro, ou seja, com um fosso para a liderança que nunca foi ultrapassado na história do futebol português. Uma escorregadela em Arouca, associada às eventuais vitórias de Sporting e FC Porto no fim de semana, significava o óbvio: o fim de qualquer margem de erro, a transformação do fosso numa autêntica parede e o adeus definitivo às contas do título.

Com isso tudo em mente, os encarnados entravam em campo esta sexta-feira depois do empate da semana passada contra o Moreirense, na Luz, onde o golo de Darwin só foi suficiente para responder ao autogolo de Gilberto mas a gritante ineficácia da equipa abriu a porta a assobios, críticas e pura descrença. Frente ao Arouca, a grande preocupação era a de que o jogo seguisse o rumo dos dois anteriores: com o P. Ferreira e o Moreirense, embora tenha derrotado os pacenses, o Benfica enfrentou um bloco baixo, um conjunto condensado, com as linhas muito juntas e a procurar ter superioridade numérica no corredor central e forçar a lateralização dos lances. A tudo isso, juntaram-se dezenas de cruzamentos infrutíferos, uma ausência preocupante de remates de fora de área e uma ansiedade crescente que culminou na perda de dois pontos.

Ficha de jogo

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Arouca-Benfica, 0-2

19.ª jornada da Primeira Liga

Estádio Municipal de Arouca, em Arouca

Árbitro: Nuno Almeida (AF Algarve)

Arouca: Victor Braga, Thales Oleques, Abdoulaye, Basso, Quaresma, David Simão (Eugeni Valderrama, 65′), Kouassi, Bukia, Leandro Silva (Pedro Moreira, 52′), Arsénio (Pité, 87′), Adílio (Antony, 52′)

Suplentes não utilizados: Zubas, Brunão, Tiago Esgaio, Altman, Dasa

Treinador: Armando Evangelista

Benfica: Vlachodimos, Lázaro, Otamendi, Vertonghen, Grimaldo, Paulo Bernardo (Taarabt, 75′), João Mário, Weigl, Rafa (Diogo Gonçalves, 69′), Yaremchuk (Everton, 45′), Darwin (Gonçalo Ramos, 75′)

Suplentes não utilizados: Helton Leite, Gilberto, André Almeida, Morato, Pizzi

Treinador: Nélson Veríssimo

Golos: Darwin (gp, 32′), Gonçalo Ramos (90+2′)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Grimaldo (44′), a Adílio (46′), a Pedro Moreira (56′), a Quaresma (90+1′), a Abdoulaye (90+4′), a Kouassi (90+5′)

“Temos consciência de que os resultados não foram ao encontro das expectativas mas há situações que correram bem. Há outras a melhorar. A equipa vinha de uma forma de jogar, com um posicionamento diferente daquele que estamos a pedir agora. É óbvio que vamos mudando algumas coisas com o Campeonato a decorrer, o que nem sempre é fácil. Estamos conscientes de que há coisas a melhorar no processo defensivo e ofensivo (…) Em relação ao nosso último jogo, há situações no nosso processo ofensivo em que sentimos que há necessidade de corrigir e essa análise já foi feita com os jogadores. Os jogadores têm sido inexcedíveis, a equipa está a dar uma resposta muito boa. Temos de acreditar que o caminho é o correto”, explicou Nélson Veríssimo na antevisão da visita ao Arouca.

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O treinador encarnado deixava Seferovic de fora dos convocados — alegadamente, devido a uma lesão, ainda que a ausência do avançado levante dúvidas sobre a sua continuidade na Luz para lá do atual mês de janeiro. Everton voltava às opções depois de ter estado infetado com o novo coronavírus mas não entrava diretamente no onze, com Paulo Bernardo a manter a titularidade. Vertonghen recuperava o lugar ao lado de Otamendi, com Morato a começar no banco, Yaremchuk aparecia ao lado de Darwin e Lázaro era a grande surpresa, ao surgir no onze na direita da defesa em detrimento de Gilberto, que era suplente. Do lado do Arouca, o destaque ficava reservado a David Simão, reforço da equipa de Armando Evangelista que se estreava desde logo a titular.

Os primeiros instantes permitiram desde logo perceber que, de forma natural, seria o Benfica a assumir o controlo da partida. Os encarnados tinham a quase totalidade da posse de bola e jogavam praticamente por inteiro no meio-campo adversário, onde o Arouca defendia com uma linha de cinco e ainda contava com o apoio de Kouassi à zona mais recuada. A equipa de Nélson Veríssimo tinha mais espaço do que aquilo que tinha acontecido contra o P. Ferreira ou o Moreirense, procurando alguma profundidade com passes verticais e a mobilidade de João Mário, mas depressa voltou a entrar na infrutífera lógica de recorrer aos corredores quando a faixa central estava demasiado obstruída.

Aí, Lázaro ia realizando uma boa exibição, sendo um dos principais desequilibradores encarnados com a velocidade que imprimia quando subia e as dificuldades que causava a Quaresma. O Benfica criou a primeira grande oportunidade do jogo com um passe vertical de Yaremchuk a desmarcar Rafa, que viu Victor Braga defender para a recarga de Darwin e o remate do uruguaio ser travado por Quaresma quase em cima da linha de golo (9′), mas a jogada foi um autêntico oásis no deserto: até à meia-hora, altura em que conseguiu chegar à vantagem, a equipa de Nélson Veríssimo não voltou a criar perigo. A posse de bola infértil arrastava-se ao longo do avançar dos minutos, o Benfica não tinha um rasgo de criatividade e limitava-se a repetir movimentos e ideias previsíveis que não tinham qualquer consequência.

À chegada à meia-hora, porém, Darwin fez a diferença. O avançado uruguaio arrancou na esquerda e partiu para a jogada individual e acabou por ser carregado em falta por Basso já no interior da grande área, convertendo depois a grande penalidade (32′). Darwin chegou aos 20 golos esta temporada, algo que nunca tinha alcançado na ainda curta carreira, e o Arouca reagiu à desvantagem, aproveitando uma espécie de descontração do Benfica para alongar a equipa e espaçar os setores. No melhor momento dessa réplica, quando Leandro Silva tirou um passe vertical perfeito a estimular a desmarcação de Arsénio, o avançado sofreu falta de Vlachodimos e a equipa de Armando Evangelista teve uma oportunidade de ouro para empatar ainda antes do intervalo. Na conversão, contudo, Basso bate para o centro da baliza e o guarda-redes encarnado defendeu o penálti com os pés, redimindo-se da falta que ele próprio havia cometido (41′).

Na ida para o intervalo, o Benfica estava a ganhar pela margem mínima mas tinha voltado a realizar uma primeira parte muito abaixo do exigido, com uma única oportunidade de golo para lá da grande penalidade e com as já recorrentes dificuldades para desequilibrar e ser imprevisível. E só podia agradecer a Vlachodimos pela intervenção atenta que evitou o empate.

[Carregue nas imagens para ver alguns dos melhores momentos do Arouca-Benfica:]

Na segunda parte, Nélson Veríssimo tirou Yaremchuk — que esteve para lá de apagado e que ainda não realizou um jogo completo desde que chegou a Portugal — e lançou Everton. A substituição motivou também uma mudança no sistema tático do Benfica, com o brasileiro a encostar-se à esquerda, Rafa a ficar na direita, Darwin a assumir-se enquanto principal referência ofensiva e Paulo Bernardo a ficar solto nas costas do uruguaio. O novo posicionamento favorecia e muito o jovem médio encarnado, que não precisou de muito tempo para criar um desequilíbrio que deu um remate ao lado de Everton (53′) e que participou na arrancada que culminou num pontapé cruzado de Rafa que Victor Braga defendeu (55′).

O Benfica beneficiou desse positivo momento ofensivo até sensivelmente à hora de jogo, altura em que o Arouca — que entretanto já tinha lançado Antony, Pedro Moreira e Eugeni Valderrama no jogo — voltou a subir as linhas e a procurar as costas da defesa adversária. A equipa de Nélson Veríssimo regressou ao ritmo mais lento, com uma pressão que tentava ser eficaz mas que não tinha intensidade nem velocidade para lá chegar, e os minutos iam passando com a ideia de que os encarnados estavam satisfeitos com a vantagem tangencial.

Nesta fase, Rafa saiu para dar lugar a Diogo Gonçalves, que assumiu a mesma posição de extremo. Nos corredores, contudo, o Benfica optava por dar a ala aos laterais e eram Everton e Gonçalves, na esquerda e na direita, que realizavam os movimentos mais interiores. O Arouca ia aproveitando o período pouco conseguido e desligado dos encarnados para subir no terreno e quase empatou, com Bukia a aproveitar uma perda de bola na zona do meio-campo para rematar ao lado (72′), e Nélson Veríssimo tirou um fatigado Paulo Bernardo para tentar blindar a zona intermédia com Taarabt, lançando também Gonçalo Ramos no lugar de Darwin.

Até ao fim, o Benfica perdeu por completo o controlo do jogo e teve de sofrer face às investidas do Arouca, que ficou muito perto de resgatar um ponto com uma oportunidade de Bukia que Vlachodimos parou (80′), acabando por respirar apenas nos descontos com um golo de Gonçalo Ramos (90+2′). Os encarnados conseguiram mesmo carimbar a difícil vitória e já garantiram que não vão perder mais terreno para Sporting e FC Porto nesta jornada. Num dia em que voltou a pecar na finalização, em que podia perfeitamente ter voltado a deixar cair pontos e em que demonstrou novamente que está num momento de forma preclitante, o Benfica viu a salvação não na Mão de Deus mas no pé de Vlachodimos que defendeu o penálti de Basso e não permitiu o empate num momento crucial do jogo.

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